O vereador do PS na Câmara de Vila Verde José Morais diz estar a ser alvo de «ameaças e intimidação» após as críticas que tem feito sobre o que considera ser uma «negociata» e um «mau serviço» na recolha do lixo no concelho. E acusa o presidente da Câmara de «perseguição».
«Ultimamente tenho recebido ameaças e sinais de intimidação de diversa forma. Uns mais explícitos, outros implícitos. Também me chegaram informações de que em determinado gabinete camarário estaria a ser preparada uma cilada para me desacreditar», denuncia.
Em comunicado, o eleito pelo PS refere que «estas tentativas de amedrontamento/cilada» constituem uma «matéria que será tratada nos locais próprios» e acusa António Vilela.
«Quero acreditar, que apenas por coincidência, ontem ao fim da tarde, o presidente da Câmara parou na rua onde tenho a minha empresa e esteve a apreciar (quiçá fotografar) um amontoado de cartões de embalagem junto ao contentor subterrâneo de resíduos sólidos urbanos», vinca.
Entretanto, acrescenta Morais, «hoje às 8h30 da manhã passou por lá a fiscalização da Câmara a fotografar esse mesmo amontoado, que lá se encontra há quase 2 semanas». «Coincidência?», questiona.
O vereador socialista diz que «seja apenas coincidência que esta acção conjugada de presidente da câmara/fiscalização» na rua onde tem a empresa aconteça logo depois de «ter denunciado o péssimo serviço de recolha de lixo que foi prestado no mês de Agosto».
«Em minha casa o lixo orgânico é todo reciclado, depositando apenas aquele que não conseguimos reciclar. Na minha empresa procedemos da mesma forma. Tentamos ter um comportamento exemplar no tratamento do lixo. E se melhor não fazemos é porque os meios que estão ao dispor são insuficientes, problema, aliás, com que se debatem várias empresas e cidadãos vilaverdenses. A título de exemplo e para que não restem quaisquer dúvidas, torno publica a guia de entrega de lixo reciclável à empresa Braval feita pela minha empresa. Só no dia 22 de Agosto entregámos 280 Kg de lixo para reciclagem», refere.
«NÃO ME CALARÃO»
No comunicado, José Morais vinca que «as preocupações ambientais estão na linha da frente» das suas prioridades.
«Estão muito enganados aqueles que com ameaças ou chantagem de qualquer tipo pensam que me conseguirão calar. As tentativas de amedrontamento e de silenciamento das vozes incómodas e as formas mesquinhas de perseguição em nada dignificam quem exerce cargos públicos em nome do povo», frisa.
O socialista diz conhecer «as motivações que estão por trás destas atitudes persecutórias e muito em breve tudo ficará ainda mais claro».
«Fui eleito para defender os anseios dos vilaverdenses, para lutar pelo que acredito e não para estar subjugado a qualquer outro tipo de interesses. Nada nem ninguém me afastará deste rumo, mesmo que isso implique custos pessoais e/ou eleitorais», assegura.