Opinião de Fausto Pires
França vive hoje sobre uma cultura de protesto constante, de certa forma violenta e, porque não, poluidora, desta vez a nível ambiental.
No último fim de semana de março, vários manifestantes concentraram-se no distrito rural de Santie-Soline por causa da construção de um reservatório de água artificial. Imaginemos o perigo público desta medida para a França e quiçá para o mundo.
O direito ao protesto é um desdobramento da liberdade de expressão, do direito de reunião e associação pacífica, no entanto o referido protesto ambientalista em Santie-Soline não soou a passividade, mas sim a uma escalada de conflito sem regras, quase a atingir o sim, só pelo sim…
Já é costume em França acontecerem coisas deste tipo, com alguns à mistura, que de franceses não têm nada. São outras políticas de outras naturezas, das quais daria uma crónica interminável… Talvez a faça um dia destes.
Este aglomerado, além de promover a hostilidade, promoveu a hipocrisia.
Se falamos em concentrações ambientalistas, supostamente estamo-nos a referir a individualidades que defendem o uso abusivo dos recursos hídricos, defendem a eliminação de gases de efeito estufa, entre outros problemas ambientais, mas na verdade vimos protestantes a incendiar viaturas da polícia, viaturas em chamas, montras de estabelecimentos partidas, furtos entre outras manobras que têm a ver com o banditismo e nunca com a defesa do Ambiente.
Favorecem a imagem de quem defende o ambiente?! Os fumos, os gases das viaturas em chamas no protesto Santie-Soline são benéficas para o meio ambiente?
A resposta é claramente não, mas há sempre alguém que acha muita graça a isto e, além do mais, é moderno e quem não alinhar nesta “modernice” será logo acusado, sabemos lá nós de quê..
Defender o Ambiente é uma obrigação de todos nós e em especial das grandes potências que poluem e em nada contribuem, ou contribuem muito pouco, para obviar esta evidente ameaça a todos nós. Já alguém dizia, “ faz o que eu digo, não faças o que eu faço”!