O presidente da Assembleia Municipal de Barcelos, Fernando Pereira (PSD), criticou esta terça-feira o “arrastar” do processo conducente à construção de um novo hospital na cidade, sublinhando que no actual edifício as condições são “inacreditáveis”.
Em declarações à Lusa, Fernando Pereira disse que Barcelos precisa de um novo hospital “como de pão para a boca” e que população, autarcas e profissionais de saúde estão cansados “das luzes de expectativa que há dezenas de anos vão piscando intermitentemente, sem que se faça luz de uma vez por todas e o processo avance”.
“As condições do actual hospital são inacreditáveis e insustentáveis para os dias de hoje”, referiu.
Na quarta-feira, uma comissão constituída no seio da Assembleia Municipal de Barcelos vai ouvida na Comissão de Saúde na Assembleia da República, a quem dará conta da sua preocupação pela demora no avanço do processo de construção de um novo hospital naquela cidade.
Fernando Pereira lembrou que em Junho de 2022 foi anunciada a constituição de um grupo de trabalho, composto por responsáveis da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), Infra-Estruturas de Portugal e pelo presidente da Câmara de Barcelos, Mário Constantino, para definir o novo “programa funcional” do novo hospital, elaborado em 2008.
“Na altura, foi dito que em Setembro o programa funcional estaria pronto em Setembro, mas até à data nada”, criticou.
PROCESSO NA GAVETA
O presidente da Assembleia Municipal de Barcelos sublinhou que em causa está um hospital que serve aquele concelho e ainda Esposende, num total de 154 mil habitantes.
O processo arrasta-se desde 2007, ano em que o Governo e a Câmara de Barcelos assinaram um protocolo para a construção do novo hospital daquela cidade.
O projeto do hospital seria depois apresentado publicamente pelo então secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, actual ministro da Saúde.
No entanto, o processo nunca saiu da gaveta.
Em Julho de 2018, na Assembleia da República, foram aprovados, por todos os grupos parlamentares, quatro projectos de resolução que pugnavam pela construção de um novo hospital público em Barcelos.
Os documentos descrevem o actual hospital como “uma estrutura física antiquada, funcionalmente desequilibrada e desarticulada”, que “está longe de dispor das condições apropriadas para prestar cuidados de saúde de acordo com os melhores padrões de qualidade e segurança do Serviço Nacional de Saúde”.
O hospital funciona num edifício propriedade da Santa Casa da Misericórdia.