Sob o lema ‘Abril é mais futuro’, a Comissão Concelhia de Guimarães do PCP realizou um almoço que reuniu militantes e simpatizantes para celebrar os 49 anos da Revolução de 25 de Abril e para deixar um alerta para as “novas investidas de branqueamento do fascismo”.
“Comemorar Abril exige relembrar o que foi o fascismo, combater o seu branqueamento e destacar a luta antifascista, pela liberdade e a democracia, luta sem a qual não seria possível o derrubamento do fascismo nem as conquistas que se alcançaram”, afirmou Margarida Botelho, a quem coube a intervenção política do encontro de confraternização.
Para a membro do Secretariado do Comité Central comemorar a Revolução dos Cravos exige ainda “reafirmar a importância das suas conquistas e sublinhar o que Abril constitui hoje de valores e referências para um Portugal desenvolvido e soberano que décadas de política de direita têm contrariado”.
A dirigente comunista alertou que “perante novas investidas de branqueamento do fascismo – designando-o eufemisticamente de “Estado Novo” ou “anterior regime” ou apagando a natureza e objectivos da acção do “governo terrorista dos monopólios e latifundiários” – é preciso que se relembre o que foi o fascismo e se valorize a luta antifascista”.
“É preciso não deixar esquecer que o fascismo significou a negação das liberdades políticas e individuais, as perseguições, prisões, torturas e assassinatos de opositores políticos, mas significou também o analfabetismo, a falta de cuidados de saúde, o colonialismo, o racismo, a guerra, a discriminação legal das mulheres, a corrupção como política de Estado por via da captura e fusão do poder político com o poder económico” disse a responsável do PCP, frisando que também “é preciso relembrar que o fascismo significou décadas de miséria e pobreza generalizadas, de atraso económico e de saque de recursos nacionais a favor dos monopólios e latifundiários e da acumulação de fortuna por um “punhado” de ricos e poderosos”.
VERDADEIRA OPOSIÇÃO
Margarida Botelho enfatizou na sua intervenção que “as lutas dos trabalhadores e do povo por melhores salários e pensões, pelo direito à saúde, à educação, à habitação, aos transportes, pela igualdade e não discriminação, são lutas contra a política de direita, mas são também lutas por Abril e contra a liquidação das suas conquistas e transformações”.
E acrescentou: “O PCP é a verdadeira oposição ao Governo do PS e à sua política, a força que faz frente aos projectos reaccionários e antidemocráticos de PSD, CDS, Chega e IL, a força portadora das soluções e das respostas necessárias ao País, a política patriótica e de esquerda. É a construção desta alternativa que está colocada a todos os que são alvo das injustiças e que exige a ampliação da luta dos trabalhadores e do povo, a convergência dos democratas e patriotas e o reforço da influência social e política do PCP”.
Já André Silva, da Comissão Concelhia de Guimarães, deixou o apelo para que, para além das comemorações populares do 25 Abril, todos participassem nas comemorações do 1º de Maio, promovidas pela CGTP-IN, que decorrerão no Largo do Toural, em Guimarães.
“As manifestações do Dia do Trabalhador podem e devem ser uma poderosa demonstração da força e da unidade dos trabalhadores em todo o país”, disse André Silva.