A Assembleia Municipal de Vila Verde aprovou esta sexta-feira, com oito votos contra e duas abstenções, os documentos de prestação de contas da Câmara em 2022. A taxa de execução de investimentos manteve-se na ordem dos 70%.
Na explicação do ponto, a presidente da autarquia, Júlia Fernandes (PSD), disse que o relatório “mostra a saúde financeira” da Câmara e as “dinâmicas que o executivo tem conseguido imprimir” no desenvolvimento do concelho.
Garantiu que a água e o saneamento “são e vão continuar a ser áreas prioritárias”, “assim como a rede viária e as funções sociais”, destacando a taxa de execução “na linha dos últimos anos” e uma redução da dívida em cerca de quatro milhões de euros.
Júlia Fernandes admitiu que há um saldo de gerência de cerca de 13 milhões que transita de um ano para o outro, o que justificou com a “necessidade” de investir em “duas obras fundamentais”, o eixo periférico entre Soutelo e o parque industrial de Gême e uma variante a ligar a Vila de Prado ao parque industrial de Oleiros.
“Não há dinheiro nos fundos comunitários para rede viária, o que significa que estes investimentos têm de ser feitos pelos Municípios”, referiu a autarca, garantindo que “não faltou absolutamente nada” e que a autarquia “cumpriu os seus compromissos”, investindo em “áreas nevrálgicas”.
OPOSIÇÃO DISCORDA
O PS, pela voz de Filipe Silva, apontou a um “inflacionamento” da receita global, cifrada em 50,2 milhões de euros, precisamente devido ao tal saldo de gerência que transita do ano anterior.
“Levanta-se, desde logo, uma questão relacionada com o porquê de este dinheiro não ter sido utilizado, o que tem um custo para o Município, para o cidadão e um custo de oportunidade”, apontou.
Segundo Filipe Silva, a Câmara de Vila Verde “não tem capacidade de gerar receita face às despesas correntes e, por isso, está sempre dependente do Governo para poder fazer determinadas obras”.
“No caso da rede viária, acordamos muito tarde para o problema”, criticou.
A conclusão do PS, que votou contra, é que “não existe poupança corrente e muito menos equilíbrio orçamental” nas contas da Câmara. “O PS seguiria um caminho diferente”, garantiu o líder da oposição.
“BOM TRABALHO”
A bancada do PSD congratulou-se com os resultados, que consideram serem “o rosto do bom trabalho que o executivo realizou em 2022” e do “grande alcance do programa eleitoral proposto” nas Eleições Autárquicas.
José Manuel Lopes aludiu a um “trabalho forte” para “ir ao encontro das necessidades e das expectativas da população”, sublinhando que a autarquia “cumpriu” aquilo a que se comprometeu.