O Hospital de Braga assinala o Dia Internacional da Saúde Mental esta terça-feira (10 de outubro), nos auditórios do Hospital. ‘Integrar para cuidar’ é o lema que abre a discussão às reformas da saúde mental e à criação das equipas comunitárias dedicadas às patologias da saúde mental.
«O atendimento de forma cuidada, personalizada e com respeito, é um dos principais desafios associados à Saúde Mental», assinala o hospital, em nota enviada à nossa redação.
Este, entre outros são temas de debate, ao longo da manhã, dos especialistas da área da Saúde Mental, contando com a presença de Pedro Morgado, Coordenador Regional da Saúde Mental, e de Liliana Silva e Susana Teixeira, membros da Equipa Coordenadora Local da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental.
Arte, música e riso
O Dia da Saúde Mental «é de todos e para todos, e o encontro com a arte, a música e o riso, como elementos promotores de saúde, terão destaque, ao longo da iniciativa».
Será inaugurada, na Ágora do Hospital de Braga, uma exposição com 18 trabalhos de utentes do Hospital de Dia Psiquiátrico do Hospital de Braga, elaborados ao abrigo do projeto ‘Arte como Terapia’, onde serão destacados os talentos e as formas criativas de expressão dos utentes.
A exposição será inaugurada ao som de um piano, tocado por um utente que, de forma autodidata, aprendeu como tocar o instrumento, há vários anos, tendo sido uma ferramenta terapêutica, ao longo do seu processo de recuperação e reabilitação.
«Falar sobre saúde mental, também é falar sobre o riso e numa forma mais aberta de enfrentar determinadas situações», referem os promotores.
‘Uma vida a sofrer’ promete provocar risos aos participantes, num momento de absoluta descontração, em formato de stand-up comedy, pelo enfermeiro Rafael Leite, especialista em saúde mental, e ator com mais de 25 de anos de experiência.
Projeto ‘Arte como Terapia’
O projeto, iniciado em 2012, consiste na criação de trabalhos artísticos, pelos utentes do Hospital de Dia Psiquiátrico do Hospital de Braga, e surge como uma resposta ao estigma social que as pessoas com doenças mentais sentem na sociedade.
A pintura, o desenho, a modelagem e a escultura, são técnicas artísticas utilizadas como recursos terapêuticos, e realizadas em grupo ou individualmente, e os resultados são bastante positivos: o aumento da autoestima, a criatividade, a capacidade de concentração, a diminuição e controlo da ansiedade, impulsos e pensamentos.
As terapêuticas podem, também, ajudar no desenvolvimento de competências sociais e relacionais, tais como a comunicação assertiva, o trabalho em equipa e a coesão do grupo.
Os utentes que participam no projeto têm, pelo menos, 18 anos, e patologias diversas, tais como depressão, esquizofrenia, perturbação bipolar, obsessiva compulsiva e da personalidade, entre outras.
O Terapeuta Ocupacional orienta o utente na procura do equilíbrio entre as várias áreas da sua vida, promovendo rotinas mais adequadas, capacita os utentes para que tenham um papel ativo na sociedade, na procura de momentos de lazer e trabalho, na autonomia pessoal e no autocuidado», refere Sylvie Saldanha, Terapeuta Ocupacional do Hospital de Braga, e responsável pelo projeto.
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