A Federação Concelhia das Associações de Pais de Braga denunciou esta segunda-feira a falta de comida nas refeições escolares e criticou o novo modelo de gestão do serviço nas escolas, garantindo a autarquia que a questão “está resolvida”.
“Tem havido situações pontuais em que a comida não chega para todos, inclusivamente a sopa. É compreensível que algo do género aconteça nos primeiros dias, mas a verdade é que a situação já se repetiu diversas vezes e em mais do que uma escola”, denunciou Manuel Ribeiro.
Segundo aquele responsável, “não há dúvida que o [serviço de refeição] podia funcionar melhor”, sendo que “a responsabilidade decorre desde logo por se ter alterado o regime” de fornecimento dos serviços.
Para Manuel Ribeiro, a alteração foi “opaca e excluiu obrigações do serviço que iam ser negligenciadas, se não fosse a pressão das associações de pais”.
No ano letivo 2017/2018, as refeições escolares eram garantidas, pelo que explicou a vereadora da Educação, Lídia Dias, por um “acordo tripartido” entre município, a Bragahabit e as Associações de Pais.
A empresa municipal garantia o serviço de refeições em dez escolas e as respectivas associações de pais garantiam o acompanhamento das crianças até regressarem às aulas, trabalho pelo qual recebiam um valor acordado com o município de cinco euros por criança, sendo que no presente ano lectivo é a Bragahabit a responsável por todo o processo, recebendo oito euros por criança.
“Há escolas onde claramente as pessoas que a Bragahabit coloca são estritamente as necessárias para encher pratos e recolher loiça, mais nada (…). Está-se aqui a empurrar associações de pais e pais para fora da escola, não sabemos com que intenção, mas tememos para que estas situações possam ser desconhecidas”, referiu Manuel Ribeiro.
A vereadora com o pelouro da Educação reconheceu que existiram “problemas pontuais nos primeiros dias” de aulas: “Conhecíamos algumas situações sim, sobretudo sobre a qualidade das refeições (…). Só de uma escola (Ponte Pedrinha) chegou-nos que realmente houve problemas ao nível da alimentação. As restantes situações prendem-se com a falta de pessoal auxiliar”, disse.
Segundo a vereadora, “a empresa ainda não conseguiu colocar todos os assistentes de que necessita, mas é uma responsabilidade de todos e há empenho em resolver a questão, que obviamente a câmara municipal lamenta”.
Quanto à alteração do serviço, a vereadora explicou que “não se pode dividir despesas e, por isso, todo o valor é pago às instituições responsáveis pelo serviço de refeições nas escolas do concelho”.
Do lado da Bragahabit, Vitor Esperança, explicou que em Julho, a empresa necessitou de recorrer a um “novo fornecedor de serviços e que, por isso, houve alguns atrasos na atribuição de assistentes operacionais nos primeiros dias de aulas, mas que a situação que já está resolvida”.
“Os novos funcionários não estavam formados para as respectivas funções e, por isso, aconteceram algumas falhas na altura do empratamento, algo que já foi corrigido”, afirmou.