COMUNICAÇÃO AO PAÍS

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António Costa pede «desculpa» ao País e diz-se envergonhado com dinheiro no gabinete de Escária

O primeiro-ministro afirmou hoje que o dinheiro encontrado em envelopes no escritório do seu ex-chefe de gabinete Vítor Escária lhe suscitou mágoa pela confiança traída, envergonhou-o e pediu desculpa aos portugueses.

«Sem me querer substituir à justiça, em que confio e que respeito, não posso deixar de partilhar com os meus concidadãos que a apreensão de envelopes com dinheiro no gabinete de uma pessoa que escolhi para comigo trabalhar, mais do que me magoar pela confiança traída, envergonha-me perante aos portugueses e aos portugueses tenho o dever de pedir desculpa», declarou, esta noite, aos jornalistas, numa comunicação ao País.

António Costa pediu desculpa aos portuguesese e disse esperar que a justiça venha a apurar “responsabilidades individuais” na Operação Influencer. O primeiro-ministro admitiu também que, provavelmente, «nunca mais exercerá um cargo público».

António Costa quis explicar, este sábado à noite, aos portugueses a política de investimentos nas áreas digital e de ambiente, áreas diretamente ligadas à Operação Influencer.

Mas ainda antes de falar sobre negócios no centro do furacão, o primeiro-ministro teceu um comentário a propósito da apreensão de quase 76 mil euros no gabinete de Vítor Escária.

Aos jornalistas, o primeiro-ministro garantiu que o próprio e todos os elementos do Governo irão colaborar com a justiça.

Lembrando que a investigação da Operação Influencer irá demorar, Costa admitiu que «com grande probabilidade não exercerei mais qualquer cargo público».

Quanto às explicações prometidas, Costa defendeu que é importante que Portugal «não desperdice» oportunidades de investimento, assim como a necessidade de «pleno aproveitamento das infraestruturas do país».

E foi mais longe: «Orgulho-me de, nestes oito anos, o investimento estrangeiro ter alcançado 56 mil milhões de euros, investimento que contribuiu para a criação de 650 mil postos de trabalho, dos quais 450 mil qualificados».

No entender do primeiro-ministro, o esforço da atração de «investimento, designadamente a concessão de inventivos financeiros ou a aplicação de regras especiais, tem de decorrer com total transparência. Esse esforço é regulado por lei está sujeito a fiscalização e, nunca por nunca, deve resultar de mera decisão arbitrária ou discricionária», disse.

A declaração deste sábado, ocorre um dia depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter informado que o inquérito a António Costa começou a 17 de outubro.

O Ministério Público referiu que quando a notícia foi conhecida, na terça-feira, “encontrava-se já instaurado no Supremo Tribunal de Justiça o inquérito” há 22 dias.

ovilaverdense@gmail.com

 

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