Um quadro do ‘Pelourinho de Prado’, Vila Verde, a óleo sobre tela, da autoria do escultor e pintor paisagista Artur Loureiro (1853 – 1939), foi posto a leilão pelo preço estimado de 25 a 35 mil euros. Trata-se de uma peça única e rara, datada de 1926, de um dos pintores realistas mais expressivos da época.
O quadro a óleo sobre tela, de 95cmX46,5cm retrata um dos momentos do quotidiano da época, mostrando o pelourinho de Prado em destaque, com uma ‘menina-senhora’ sentada sobre uma das pedras que sustenta o monumento, tendo em fundo um conjunto de árvores e um vislumbre sobre algumas habitações.
O autor, Artur Loureiro (1853 – 1939) foi um importante e destacado escultor e pintor paisagista e animalista, de nome completo Artur José de Sousa Loureiro, nascido em 1853, no Porto, e falecido em 1932, em Terras de Bouro.
A obra está a ser leiloada pela Leiloeira S. Domingos.
PELOURINHO DE PRADO – a História
O Pelourinho é a relíquia mais antiga que a Vila de Prado guarda dos tempos em que se destacava como Sede do Concelho. Teria sido erguido inicialmente no Lugar da Vila, onde existiam os Passos do Concelho e a Torre dos Donatários. Foi retirado de lá e quase correu o risco de se perder. Posteriormente foi levantado no Largo de S. Sebastião, mas aí perdia-se no meio das tílias e dos enormes carvalhos existentes.
Mais tarde, a vereação municipal de Vila Verde transfere-o para a Praça Comendador Sousa Lima (que nessa altura sofria um significativo arranjo) e é neste local, considerado o mais indicado para que se possa descortinar em toda a sua esbelteza e na expressiva evocação de prerrogativas que as suas pedras simbolizam, que hoje se encontra.
O Pelourinho é de fuste monolítico e data do século de quinhentos.
É apontado como sendo um dos mais elegantes do norte do país.
O erudito arqueólogo Dr. Luís Chaves, que dele se ocupou, descreve-o assim:
«Sobre dois degraus quadrados assenta a base circular, da qual sobe, com uma pequena gole inferior, o fuste cilíndrico e liso de uma só pedra em granito claro, o capitel está decorado leve e graciosamente de folhagem estilizada, ao gosto clássico.
Em cima dele assenta um ábaco de saliência forte em áreas crescentes, sobrepostas, serve de base quadrada ao remate de bloco prismático de secção quadrangular, cobre-o, em simetria com a base, uma chapa de ferro bem emoldorada, de onde se ergue ao centro um cone de vértice embolado, e em cada canto outros tantos cones menores de vértice encabeçado.
No centro, fixa-se a haste de ferro de cruz com catavento.
O corpo do remate é elegante de proporções, em harmonia com a parte global do monumento. Observando bem, verifica-se na forma do conjunto que sobrepuja a coluna um derivado da gaiola, em forma fechada, maciça.
A heráldica do Pelourinho, aberta nas faces da coluça, elucida. Na face de honra, estão as armas de D. Manuel II; ao lado, da direita a esfera armilar, saliente de bom vulto; da esquerda, bem composta, a pedra de armas dos Sousas Prado.»
In Junta de Freguesia da Vila de Prado
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Com Emílio Costa (CO-1179)