A Assembleia Municipal de Vila Verde aprovou esta quinta-feira à noite, por maioria, o orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2024, cujos documentos têm um valor global de mais de 49 milhões de euros.
A proposta teve os votos favoráveis da bancada do PSD, do representante do CDS-PP (Paulo Gomes) e da esmagadora maioria dos presidentes de Junta, a que se juntaram três abstenções, do Chega.
Os oito representantes do PS, o único eleito do Bloco de Esquerda (Ricardo Cerqueira) e o presidente da Junta de Atiães (Samuel Estrada) votaram contra.
Nas intervenções, a presidente da Câmara, Júlia Fernandes, disse que se trata de um orçamento “recorde”, com o maior volume financeiro da história da autarquia, que “continua a priorizar” a aposta nas infraestruturas básicas, como água, saneamento e rede viária.
“Trata-se de um documento que pensa o futuro do concelho e que tem sempre em linha de conta as pessoas que habitam este território”, garantiu a autarca, assegurando que o executivo continuará a ter “máxima exigência e rigor na gestão pública”.
CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO
O presidente da Junta de Atiães, Samuel Estrada, pediu uma maior autonomia das freguesias, que considera necessitarem de “melhores condições” para exercer o seu papel junto das comunidades.
“Temos o presidente de Junta como uma espécie de pedinte oficial do regime democrático português, porque tem incumbências, mas não tem as competências necessárias em termos de investimento”, apontou.
Esse foi também um reparo deixado pelo líder do PS, Filipe Silva, que acusou a autarquia de não estar a aproveitar o “potencial enorme” relativamente àquilo que as Juntas de Freguesia podem fazer. Para isso, sublinhou, precisam de “ter competências na mão”.
Apesar de saudar o investimento previsto em água, saneamento e na rede viária, Filipe Silva sublinhou que, se o documento tivesse sido desenhado pelo PS, “teria outras opções”. “Há mais receita, mais despesa e menos investimento”, lamentou.
O eleito do Bloco de Esquerda, Ricardo Cerqueira, também votou contra, por entender que o orçamento não responde às “reais necessidades” da população, nomeadamente em matéria de habitação, saúde e educação.
“A quantidade de habitação pública municipal deveria preocupar e, acima de tudo, envergonhar-nos. Os apoios continuam a ser exíguos nesta matéria”, criticou.
O PSD votou a favor, com Susana Silva a considerar que este é um orçamento “centrado nas pessoas”, que pretende “promover o desenvolvimento de Vila Verde e fixar as populações sem entrar em discursos demagógicos nem populistas”.