«Não há mãos a medir». Tem sido assim ao longo da manhã e tarde de Consoada em Ponte S. Vicente para servir as tradicionais broas de milho e ‘bôlas de carne’ à moda antiga na época natalícia. Uma tradição antiga, agora recuperada, que coloca as tradicionais broas de milho ao serviço da comunidade e de muitos forasteiros que acorrem à zona envolvente da igreja para fazerem acompanhar a ‘Ceia de Natal’ com sabores da tradição.
Em tempos antigos, amassava-se e produziam-se várias broas que, depois, eram distribuídas pelas casas mais pobres, para que não faltasse pão à mesa na noite de Consoada.
Agora, o propósito é outro, mas o sabor e os saberes são os mesmos. Uma tradição recuperada pela Comissão de Festas de S. Bento. Recuperou a tradição, mas noutros moldes, pois há um preço para quem quiser levar as broas e ‘bôlas de carne’ da tradição no dia da Consoada.
«Em Ponte S. Vicente a farinha era moída nas famosas azenhas do Rio Homem sendo tradição no Natal os lavradores cozerem as broas e depois distribuírem pela comunidade, para que pelo menos na noite de ceia este pão não faltasse na mesa de ninguém», explica a organização.
SOPAS DE ‘«BURRO CANSADO’
A Comissão de Festas recorda que a broa de milho se tornou famosa pela «sopa do “Cavalo Cansado”», onde pedaços de broa embebidos em vinho verde tinto, com açúcar salpicado por cima, eram consumidos «pelos camponeses devido ao trabalho árduo do campo».
MAIS DE 300 BROAS
A iniciativa traz de volta a tradição de cozinhar broas de milho e bolas de carne, num momento que conta com elevada participação de comunidade, como se verificou no último Natal. Este ano, os números dispararam. «Há um ano, a organização confecionou 250 broas de milho e 150 ‘bôlas de carne’, mas, este ano, vai ser muito mais», revelam os membros da comissão. «Vieram pessoas de Braga, Famalicão, Porto, Arcos e Ponte da Barca, mas tivemos que rejeitar mais encomendas. Não há mãos a medir», referem.
A Comissão de Festas recorda que a broa de milho se tornou famosa pela «sopa do “Cavalo Cansado”», onde pedaços de broa embebidos em vinho verde tinto, com açúcar salpicado por cima, eram consumidos «pelos camponeses devido ao trabalho árduo do campo».
Até ao fim do dia, as broas continuam a ser servidas, quentinhas, a sair dos fornos.
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