Lembrando os impactos positivos da Universidade do Minho nos tecidos económico, social e cultural da região e do País, o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, assinalou que a instituição poderia «ter feito mais», caso fosse dotada de maiores «dotações financeiras» do Estado.
Falando, esta manhã na cerimónia evocativa dos 50 anos da Universidade do Minho, o reitor lembrou «a estabilidade e previsibilidade de financiamento estatal às instituições de ensino superior. O reforço desta tendência, aspiração das universidades, confronta-se, porém, com obstáculos importantes».
Rui Vieira de Castro referiu que, no caso do orçamento da Universidade do Minho para 2024, de 192 milhões de euros, «a transferência do OE é de 85,2 milhões e representa 43% da receita da instituição. Só despesas com pessoal ascende a 92 milhões de euros, 66% da despesa».
Dirigindo, em particular à ministra do ensino superior, Elvira Fortunato, presente na cerimónia da Reitoria, lembrou que «nos últimos anos, as relações entre o Governo e as instituições de ensino superior estiveram estruturadas por contratos de legislatura. Esta é claramente uma prática, em nossa opinião, que merece ser aprofundada no futuro, pelo que representou reforço de confiança com base numa clara assunção de direitos e deveres das partes».
Na sua ótica, é imperativo continuar a resolver desequilíbrios que têm surgido no financiamento das instituições de ensino superior, que as privam de desenvolver planeamento e desenvolvimento estratégicos adequados». E teceu um elogio à governante: «Nos dois últimos orçamentos, foi iniciado essa correção pela ação da Ministra do Ensino Superior.
No entanto, vincou que muito poderia, «e deveria», ter sido feito para melhorar as condições «físicas, tecnológicas e pedagógicas» da Universidade do Minho. «Podíamos ter feito mais, se fossemos dotados dessas condições financeiras», rematou.
PROGRAMA 50 ANOS DA UMINHO
A Universidade do Minho está, assim, em festa este sábado, 17 de fevereiro. A cerimónia oficial do seu 50º aniversário decorreu no salão medieval da Reitoria, no centro de Braga.
Arrancou com o cortejo académico, que saiu do Arco da Porta Nova e subiu a principal rua pedonal da cidade, entre a população, recriando o que se fez há meio século, quando o então ministro da Educação Nacional, Veiga Simão, chegou para a cerimónia da tomada de posse da comissão instaladora e do primeiro reitor da academia, Carlos Lloyd Braga.
Já na Reitoria, além do reitor, intervieram a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e, da parte da UMinho, a presidente do Conselho Geral, Joana Marques Vidal, o presidente da Comissão Comemorativa dos 50 Anos, João Cardoso Rosas, e a presidente da Associação Académica, Margarida Isaías.
Marcaram ainda presença o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro e o secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira, entre outras figuras.
A sessão incluiu ainda vídeos institucionais e a entrega de diplomas, de prémios de mérito e do título de professor emérito a José Vieira, Manuel Rocha Armada, Manuela Martins e Paulo Pereira.
Os momentos musicais couberam ao Coro Académico da UMinho e a um Quarteto de Metais do Departamento de Música da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da UMinho, sob a direção do maestro Cosme Campinho.
Concertos, exposições, fórum e biblioteca digital
As comemorações iniciaram-se ontem. No campus de Gualtar, em Braga, foi apresentada a Biblioteca Digital da UMinho e o Instituto de Educação recebeu o Fórum “+Educação Superior”, com a presença do secretário de Estado, Pedro Nuno Teixeira. Foi ainda inaugurado o mural “Os Nossos Rostos – 50 Anos UMinho”.
À noite, o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, abriu as suas portas à Orquestra da UMinho e dos coros do Departamento de Música da UMinho e VianaVocale, sob a direção de Vítor Matos e Vítor Lima, interpretou a 9ª Sinfonia de Beethoven.
O espetáculo repete-se este sábado no Theatro Circo, em Braga.
Hoje foi também inaugurada a exposição “Universidade do Minho: 50 anos a reinventar a educação e o conhecimento”, no Largo do Paço, em Braga. Esta mostra vai itinerar nos próximos meses pelas principais praças dos municípios do Minho.
O programa geral do Cinquentenário da UMinho irá prolongar-se até 17 de fevereiro de 2025, havendo mais 15 atividades elencadas, como concertos, performances, lançamentos de livros, conferências internacionais e a meia-maratona Braga-Guimarães.
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