A Câmara de Braga aprovou esta segunda-feira a adesão da cidade à Federação Europeia de Ciclistas, mas nenhum vereador da oposição votou a favor, tendo mesmo o PS considerado que esta é uma decisão “balofa e completamente despropositada”.
Os socialistas votaram contra a adesão e, pela voz do vereador Artur Feio, disseram que a adesão só faria sentido se Braga tivesse condições para a utilização da bicicleta.
“O problema é que a cidade apenas tem meia dúzia de quilómetros de ciclovia”, apontou.
Para o PS, a adesão não era mais do que “um mero galhardete, uma mera medalha, que dá mais uma publicação numa rede social”.
“Vamos pagar 1.500 euros [por ano] para sermos associados. São coisas mais de fazer de conta do que de facto”, acrescentou Artur Feio.
O vereador da CDU, Vítor Rodrigues, absteve-se, considerando que Braga “não é amiga nem da bicicleta”, apesar de ser uma cidade com “desníveis muito baixos” e de, como tal, ter “muitas condições” para a adoção daquele meio de circulação.
“Braga ainda não dá à bicicleta a importância e o respeito que deveria dar. Esperamos que esta adesão possa contribuir para inverter essa realidade, com ações no terreno”, apontou.
Em causa a adesão de Braga à ‘Cities & regions for Cyclists’ (Cidades e Regiões para Ciclistas), da Federação Europeia de Ciclistas, que terá um custo anual de 1.500 euros, para pagamento da respetiva cota.
Para a maioria liderada pelo social-democrata Ricardo Rio, a adesão representa “um passo importante em direção a uma cidade mais sustentável e amiga da bicicleta”.
A ‘Cities & Regions for Cyclists’ tem atualmente mais de 70 cidades e regiões aderentes, como, por exemplo, Amesterdão, Copenhaga, Barcelona, Viena e Paris.
“Ao aderir a esta organização, o município de Braga terá a oportunidade de aprender com essas cidades e outras regiões líderes em mobilidade sustentável. O acesso a experiências bem-sucedidas e boas práticas é uma mais-valia significativa para Braga, já que pode evitar erros comuns em projetos de mobilidade ciclável e acelerar a implementação de infraestruturas cicláveis e campanhas de sensibilização”, refere um comunicado camarário.
Acrescenta que a adesão também pode ajudar o município de Braga a obter financiamento europeu para projetos de mobilidade sustentável e a participar em iniciativas de cooperação transnacional.
“Além disso, a visibilidade internacional proporcionada pela adesão à rede pode atrair investidores e turistas interessados na mobilidade sustentável e no ciclismo”, alega ainda o município.