Braga e Guimarães são as duas cidades minhotas que acolhem este sábado uma manifestação contra o racismo, a xenofobia e o fascismo e para reclamar um país e um mundo mais inclusivos e interculturais.
As concentrações, às 15h00, estão marcadas para os coretos da avenida Central e da Alameda de S. Dâmaso, em Braga e Guimarães, respectivamente.
A convocatória para as manifestações, que se realizam em oito cidades, é, segundo a Lusa, é do Grupo de Acção Conjunta Contra o Racismo, constituído por 64 colectivos.
“Numa altura em que o racismo, a xenofobia e a extrema-direita ganham terreno, não só em Portugal como em toda a Europa e a nível mundial, é urgente sair à rua e mostrar a nossa força para exigir propostas e acções significativas, concretas e eficazes para combater o racismo estrutural e institucional patente na sociedade portuguesa”, lê-se na página da página do Grupo de Acção Conjunta Contra o Racismo ‘online’.
SILÊNCIO
Os organizadores justificam a iniciativa como forma de mostrar que não se conformam com a indiferença, a inércia e o desrespeito pelas conquistas do 25 de Abril, “de tantas pessoas que deram a sua vida para deixar para trás a ditadura que a extrema-direita quer recuperar”.
“A liberdade e a igualdade são os valores que nos movem na defesa da democracia! O silêncio das instituições é cúmplice. Não o acompanharemos nem o legitimaremos!”, referem.
Sobre esse silêncio, explicam que no dia 27 de Janeiro enviaram uma carta aberta a várias entidades públicas, assinada por 8.474 pessoas, que pedia que fosse proibida a marcha de movimentos de extrema-direita contra a alegada islamização da Europa, e que aconteceu em 3 de Fevereiro.
“A carta não obteve resposta de nenhuma das entidades destinatárias, revelando um desprezo total pelo apelo feito, abrindo caminho para a prática de crimes pelas ruas de Lisboa, testemunhados por um país inteiro, sem que as autoridades fizessem cumprir a lei”, criticam.
Defendem, por isso, que “é urgente” que todas as forças políticas democráticas assumam publicamente compromissos muito claros para combater o racismo, a xenofobia e a islamofobia, que “afectam directamente a vida das pessoas racializadas e comunidades imigrantes, sempre mais vulneráveis no que respeita ao acesso a direitos básicos como a habitação, saúde, educação, transportes, justiça, cultura e informação”.
Alertam ainda que a negação da realidade e a “inércia sistemática” são terreno fértil para a impunidade dos actos de racismo e de xenofobia.
O treinador de futebol Daúto Faquirá, a cantora Selma Uamusse, o escritor José Eduardo Agualusa ou a modelo Ana Sofia Martins são alguns dos que aparecem em vídeo a apoiar a iniciativa.