OPINIÃO

OPINIÃO -

Abril, Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância

Por Janine Ferreira
Presidente da CPCJ de Vila Verde e representante do Município de Vila Verde

Em 1989, uma mulher norte americana (Bonnie Finney) amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão deste ato foi tal que abril passou a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância.

A história que Bonnie Finney contou à sua comunidade foi trágica: o seu neto morrera de forma brutal, espancado pela mãe e seu namorado. E porquê uma fita azul? Apesar do azul ser uma cor bonita, Bonnie Finney não queria esquecer os “corpos cheios de nódoas”. O azul simbolizava a cor das lesões.

A homenagem desta avó expandiu-se e, atualmente, muitos países usam as fitas azuis, durante este mês, em memória das vítimas de maus-tratos e como forma de apoiar as famílias e fortalecer as comunidades, nos esforços para preveni-los. Em Portugal, a campanha, simbolizada pelo Laço Azul, é amplamente divulgada.

No Concelho de Vila Verde estão previstas diversas iniciativas para sensibilizar, alertar, informar e envolver a comunidade, para a prevenção dos maus-tratos a que muitas crianças e jovens estão sujeitos. São diversas as entidades que não ficam indiferentes a esta problemática, designadamente, CPCJ, Câmara Municipal / Rede Social, Escolas, IPSS, Unidades de Saúde, entre outros. Neste sentido, referimos algumas atividades: exposição, no centro da vila, laços azuis decorados pelos/as alunos/as dos Agrupamentos de Escolas de Vila Verde, de Moure e Ribeira do Neiva e de Prado; a Biblioteca Municipal e o Chafariz do Município serão iluminados de azul; um placard à entrada do Município onde, de forma simbólica, poderá mostrar a sua indignação contra estes comportamentos, colocando um laço azul; e a realização de um grande laço azul humano realizado com alunos da Escola Profissional Amar Terra Verde na praia fluvial do Faial.

A Organização Mundial de Saúde define abusos ou maus-tratos às crianças como “todas as formas de lesão física ou psicológica, abuso sexual, negligência ou tratamento negligente, exploração comercial ou outro tipo de exploração, resultando em danos atuais ou potenciais para a saúde da criança, sua sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade num contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder”.

Os maus-tratos são grandes problemas para o desenvolvimento das crianças, repercutindo-se ao longo da sua vida. Destaca-se a depressão, agressividade, abuso de drogas, problemas de saúde e infelicidade. É inequívoco que todos os cidadãos devem contribuir para a prevenção deste problema.

A CPCJ conta consigo para provar que esta causa não é dos outros. É nossa. É de todos. As crianças merecem e exigem que estejamos presentes e sejamos atuantes.

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