Em defesa da Europa «unida e solidária», esta noite, em Vila Verde, o ex-eurodeputado José Manuel Fernandes foi claro quanto ao caminho que a Europa deve seguir: «Só temos força, se atuarmos juntos».
O atual ministro da agricultura e pescas falava no decurso da conferência subordinada ao tema “Desafios à democracia na Europa”, em Vila Verde, para a qual foi convidado ainda antes de assumir novas funções, e traçou seis desafios fundamentais para a União Europeia: natalidade, globalização, combate às alterações climáticas, migrações, abastecimento energético e segurança/defesa.
Falando na Biblioteca Municipal de Vila Verde, esta noite, em mais uma conferência do programa ‘Aqui há Cultura’, José Manuel Fernandes começou por assinalar que «um dos maiores desafios, que parece passar um pouco ao lado das grandes discussões, é a questão da natalidade».
Lembrou que «a média de idade na UE é de 45 anos e a tendência é crescente». Advertiu, contudo, que o discurso «não passa por colocar pressão sobre a mulher».
E foi mais longe: «Somos 450 milhões de habitantes, 6% da população global. E estes 6% acedem a cerca de 40% da assistência social do planeta, graças à segunda economia global». Só que «consumimos mais do que os recursos do planeta e estamos a crescer em população. Devemos pensar nas gerações futuras, numa economia circular, de proteção e revalorização dos recursos do planeta».
SOLIDARIEDADE GLOBAL
Neste sentido, vincou a importância da «solidariedade» global, sobretudo no que concerne às migrações, colocando na equação África, que «vai dobrar a população até 2050 e tem uma média de idades de 21 anos». Por isso, na sua ótica, «a solidariedade é essencial».
A propósito, lembrou «os valores da União Europeia, assentes na paz, solidariedade e partilha, nos princípios humanistas».
Mas também vincou dois desafios «essenciais» para a Europa, muito acelerados por causa da guerra na Ucrânia: o abastecimento energético e a defesa/segurança.
Considerou importante «poupar atuando conjuntamente em investigação e armamento». E alertou para os discursos «radicais» das extremas direita e esquerda da União Europeia.
«Na Europa, mas também a nível global, existe uma ‘guerra’ entre as ditaduras e as democracias».
A propósito, colocou na equação a «ciberseguranca».
Na defesa do parlamentarismo e da representação, «absolutamente necessárias», José Manuel Fernandes alertou para a «existência de alguns retrocessos, sem querer se pessimista».
Por isso, finalizou: «Temos que nos mobilizar em defesa da democracia. Só temos força, se atuarmos juntos, contra o radicalismo de direita e esquerda e, agora ainda mais, o radicalismo verde».
Concluiu: «os moderados são necessários».
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