A eurodeputada e candidata do Bloco de Esquerda (BE) às Eleições europeias Anabela Rodrigues considerou que o “hipócrita” Pacto das Migrações, aprovado pela União Europeia, serve para gastar milhões para “perseguir migrantes, inclusive crianças”.
Além do Pacto das Migrações, a habitação, discriminação e as dificuldades de acesso à Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) foram alguns dos temas abordados pela bloquista num encontro na avenida Central, em Braga, com dezenas de pessoas migrantes residentes no concelho.
“O Pacto das Migrações aprovado pela União Europeia significa uma cedência total à agenda da extrema-direita por parte dos liberais, da direita e dos socialistas europeus”, afirmou Anabela Rodrigues.
Para a n.º 3 da candidatura bloquista que com este pacto, a União Europeias “vai gastar milhões para perseguir migrantes, inclusive crianças”.
“É hipócrita, porque sabemos que as pessoas vão continuar a vir e a Europa precisa delas. Se não permitem que venham de forma legal, virão de maneira ilegal, expostas às redes de tráfico”, frisou.
Em alternativa, Anabela Rodrigues defendeu que “o dinheiro que é gasto a perseguir as pessoas deve ser para serviços públicos para todos, migrantes e não migrantes. E é preciso responsabilizar quem beneficia da exploração de migrantes em situação ilegal”.
“Se houver condições de trabalho dignas para todos, os migrantes não serão usados para competir no mercado de trabalho e baixar salários. Por isso é tão importante permitir a entrada e o trabalho legal destas pessoas. Caso contrário, vai manter-se a exploração e o tráfico e os direitos de toda a gente serão postos em causa”, alertou a eurodeputada bloquista.
“Queremos uma Europa sem muros e proteger os direitos de todos”, reiterou.
Anabela Rodrigues é mediadora social e cultural. É dirigente da SOLIM – Associação para a defesa dos direitos dos imigrantes e actuou como representante suplente das Organizações Representativas de Imigrantes na Comissão Especializada de Política Económica e Social do Conselho Económico e Social.
É activista no Grupo de Teatro do Oprimido de Lisboa, trabalhando as questões das migrações e anti-racismo. É actualmente eurodeputada eleita pelo Bloco.