João Lavrador, bispo da Diocese de Viana do Castelo, deixou uma mensagem de condolências às famílias dos quatro jovens que faleceram num acidente na madrugada deste domingo, na Estrada Municipal 202, em Lamas de Mouro, Melgaço.
O prelado cita Fiódor Dostoiévski, escritor e filósofo russo: “a morte de um jovem dá vontade de devolver ao universo o meu bilhete de entrada”.
O funeral de Rita Afonso, uma das vítimas, realiza-se esta terça-feira.
MENSAGEM NA ÍNTEGRA
“A Diocese de Viana viveu, nestes últimos dias, o seu primeiro acampamento juvenil Diocesano. Este momento reflete a importância e o lugar fundamental que os jovens e as suas famílias têm, não só para nós, como para aquilo que acreditamos ser essencial para um mundo renovado e mais evangélico.
Foi, por isso, com enorme mágoa e tristeza que, no último dia do JubiGo, nos chegou a notícia da morte trágica de 4 jovens, entre os 18 e os 19 anos, num acidente em Melgaço.
Neste contexto de enorme sofrimento, a nossa primeira palavra não pode deixar de ser de proximidade e carinho para com as famílias, amigos e paróquias destes jovens, num momento de dor tão profunda, como violenta.
Durante os últimos dias, no JubiGo, disse aos jovens que Deus os chama pelo nome, e que Ele tem grandes sonhos para cada um deles. A morte do Cláudio, da Rita, da Sara e do Gabriel parece quebrar esse grande oceano de promessas que Deus nos faz, e faz-nos sentir perdidos no meio das águas.
Por isso, diante desta morte, penso muito naquilo que Dostoievski escreveu, quando evocou que “a morte de um jovem dá vontade de devolver ao universo o meu bilhete de entrada” no mundo. Mas, simultaneamente, não deixo de acreditar que, em Cristo, a vida é capaz de se transformar e renovar em aurora e ressurreição, ainda que no meio dos contextos mais dramáticos e sem sentido.
Permitam-me, ainda, uma palavra para a Inês e a Paula, e suas respectivas famílias e amigos, a quem dirijo os meus mais sinceros votos de recuperação, e a quem apresento, também, a minha maior amizade.
Com um enorme abraço em Cristo,
João Lavrador”
