O ministro da Agricultura e Pescas, o vilaverdense José Manuel Fernandes, presidiu, esta quarta-feira, à sessão de abertura da Festa das Colheitas, em Vila Verde. O certame prolonga-se até domingo e é, nas palavras da autarca Júlia Fernandes, um «hino ao mundo rural».
No seu discurso, o ministro destacou que esta festa é «uma montra, um espaço onde vamos à raiz», mas, também, de «amizade e reencontro». «Há quem esteja emigrado e tire férias nesta altura para estar com os familiares e amigos», apontou José Manuel Fernandes.
Nesse sentido, destacou as várias facetas das colheitas, nomeadamente a «gastronomia, a investigação, inovação e a coesão territorial». Quanto à última dimensão, o ministro disse que «sempre» defendeu que os fundos europeus devem ser usados nos territórios que mais necessitam.
«Cada um tem a sua particularidade», sublinhou, pelo que «ao dar aos mais ricos, esses não ficam mais ricos, ficam os pobres mais pobres».
NOVOS APOIOS
O ministro aproveitou, ainda, para referir medidas para apostar na agricultura. «O próximo Orçamento de Estado terá 60 milhões de euros por ano para rendimento dos agricultores», avançou. «O rendimento previsto para agricultores por hectare era de 81 euros e vai passar a ser 126 euros em termos médios», apontou.
O «jovem agricultor até aos 40 anos, em situação de exclusividade, receberá 50 mil euros», apontou ainda, já que o «rejuvenescimento da agricultura é urgente». Além disso, segundo José Manuel Fernandes, «Segurança Alimentar é essencial, comida no prato e alimentos de qualidade».
«Aqui no Vale do Cávado comemos e bebemos sopas de vinho, arroz de pica no chão, o tinto verde, doces regionais e na cabeça de muitos isto faz mal», mas o Cávado é «a terra com mais longevidade», acentuou o governante.
«VIAGEM DE CINCO DIAS»
A presidente da Câmara, Júlia Fernandes, destacou «os 132 stands, 67 de artesanato local e de nacional, a gastronomia e vinhos, o 17º Festival Gastronómico», bem como «todos os expositores dos produtos agrícolas, das máquinas, das marcas, do azeite, do queijo, de tantos produtos» que estão presentes no certame.
Para a autarca, a festa faz «as delícias daqueles que são amantes da tradição». «Além disso, «valoriza os saberes e sabores do nosso povo, a forma como trabalha, a forma feliz como se posiciona quando recebe pessoas no seu território», acrescentou.
Esta será, por isso, «uma viagem de cinco dias», bem como «um ponto de encontro de gerações», descreveu a autarca.
MOTA ALVES DESAFIA ESCOLAS
O presidente da ATAHCA, José Mota Alves, destacou a Festa das Colheitas como «expoente máximo das montras agrícolas do território».
Expressou, ainda, um desejo: «que os mais novos visitem, que possam ter este contacto directo com o que de melhor se produz em Vila Verde, para que esta tradição seja preservada, desde os produtos mais antigos como os mais recentes, o kiwi e os mirtilos».
Por fim, lançou um desafio às escolas. «Que as escolas pensem, em breve, se possível, produzir uma disciplina onde se debrucem sobre o desenvolvimento rural», sugeriu, de forma a preservar tradições.
O programa completo está disponível AQUI.