A Polícia Judiciária (PJ), através do Departamento de Investigação Criminal de Braga, deteve três homens, com 21, 30 e 47 anos, que se faziam passar por inspetores da PJ, e que são agora suspeitos da prática dos crimes de burla qualificada, associação criminosa, sequestro, usurpação de funções e falsificação ou contrafação de documentos, atuando em conjunto com outros dois, já detidos pelos mesmos crimes, em setembro passado, no âmbito da “Operação Faux Javert”.
“No desenvolvimento da investigação foi possível apurar e recolher indícios que implicam também estes três arguidos na autoria dos factos, com alternância nas suas participações. Recorde-se que aos dois homens detidos em setembro, já lhes havia sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva”, refere, esta segunda-feira, um comunicado da PJ.
Conforme comunicado anterior, publicado a 20 de setembro, a investigação teve início 25 de junho quando foi reportado à força policial que “um grupo de homens se fez passar por inspetores da PJ, simulando uma busca na residência e numa empresa de um empresário de Fafe, munindo-se para o efeito de autorizações judiciais contrafeitas e devidamente equipados com coletes, crachás e outra indumentária típica deste serviço de segurança, evidenciando algum profissionalismo e confiança na suposta diligência, logrando a aparente apreensão de ouro, relógios, documentos e dinheiro, cujo valor ultrapassou largamente os cem mil euros”.
“No prosseguimento da investigação por parte do Departamento de Investigação Criminal de Braga e a consequente partilha de informações com a Diretoria do Norte e com a Guarda Nacional Republicana, vieram a ser contabilizados factos delituosos análogos em vários concelhos da zona norte do país, que foram sucedendo nas semanas seguintes”, refere a PJ.
Segundo o comunicado, “o desenvolvimento investigatório permitiu identificar um grupo, que, de forma organizada e recorrendo a meios propositadamente angariados para a prática dos recorrentes crimes, sem ocupação criminal, apresentam vasto passado criminal, da tipologia dos ilícitos aqui em investigação e de outros, tendo já sido condenados e cumprido penas de prisão”.
Através desta atividade delituosa, “os homens enriqueceram ilegitimamente em centenas de milhares de euros, contabilizando-se da sua ação a subtração de dinheiro, ouro, relógios, aparelhos telemóveis, bem como outros objetos e documentos”.
Com a investigação inicialmente titulada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Fafe e posteriormente pelo DIAP de Guimarães, realizaram-se diversas diligências de investigação, designadamente com utilização de meios especiais de obtenção de prova, cumprindo-se ainda buscas domiciliárias e não domiciliárias.
“Nesta última operação foi possível recuperar cerca de trinta mil euros, documentos diversos, relógios, objetos de valor, ouro, moeda estrangeira, e ainda apreender viaturas, crachás, coletes, documentos de identificação contrafeitos, entre outros, alusivos à PJ”, refere a força policial.
Os três homens agora detidos foram já presentes às autoridades para interrogatório judicial. Dois deles ficaram sujeitos à obrigação de apresentações periódicas bissemanais às autoridades locais e proibição de contactos, enquanto ao terceiro foi decretada a medida mais gravosa, prisão preventiva.