A Vila de Prado acolheu, esta quinta-feira, no Largo Antunes Lima, a sessão de apresentação do alargamento do projeto de implementação de recolha seletiva e transformação de biorresíduos alimentares no concelho, para a produção de fertilizante natural e de energia.
O projeto, “Agora sim, Nada se Perde!”, disponível de imediato na Vila de Prado, é cofinanciado pelo Fundo Ambiental e tem por missão apoiar investimentos na gestão dos resíduos que inclui o reforço do serviço e dos circuitos de recolha em todas as freguesias, acompanhado de medidas para “combater o desperdício e promover a sustentabilidade e defesa do meio ambiente”.
O vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Vila Verde, Patrício Araújo, começou por explicar que irá estar uma equipa no tereno «para uma sessão de esclarecimento e atribuir a cada família, nos restaurantes e noutros espaços comerciais, rolos de sacos onde as pessoas poderão colocar os sobrantes e produtos fora de prazo».
Depois, continuou Patrício Araújo, «esses sacos verdes serão depositados com os restantes resíduos domésticos para, posteriormente, a Braval fazer a separação através da respectiva cor».
Cascas de fruta, espinhas de peixe, ossos, ovos, restos de pão, saquinhos de chá, borras de café, legumes, lacticínios e guardanapos são alguns exemplos de materiais que podem ser aproveitados.
A propósito, Patrício Araújo referiu-se à sustentabilidade como «o maior desafio que a Humanidade tem pela frente neste século XXI».
EVITAR DESPERDÍCIO
Sobre o mesmo assunto, a presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Fernandes, frisou a necessidade de «evitar o desperdício» através da valorização destes resíduos alimentares, que «podem e devem ser reaproveitados».
A autarca referiu-se ao projecto como uma solução prática que vem resolver um problema do dia-a-dia. «Trata-se de um projecto em que nós estamos a apostar muitíssimo na sua expansão ao resto do território, tendo como objectivo, depois de Vila Verde e de Prado, continuarmos a implementá-lo no resto do concelho», explicou.
Referindo-se às alterações climáticas e dando como exemplo os acontecimentos registados em Valência, Espanha, Júlia Fernandes reforçou a ideia da necessidade de cuidar do planeta, sobretudo com a responsabilidade de o deixar melhor para as gerações futuras.
«Queremos um concelho cada vez mais sustentável, mais verde e mais comprometido com as questões ambientais», garantiu.
Presente na cerimónia esteve também o autarca pradense. Albano Bastos vê com bons olhos a iniciativa e diz que «a Junta de Freguesia está pronta para ajudar e contribuir para um concelho cada vez melhor».
A população pradense vai agora receber sacos verdes, distribuídos porta a porta com o apoio das Junta de Freguesia e da Câmara Municipal. Poderão, também, ser levantados, junto destes dois organismos. No processo também estarão envolvidas as empresas e organismos de maior dimensão (restaurantes, escolas, IPSS e outros organismos), a quem serão distribuídos sacos de 25 litros e contentores para deposição dos restos /biorresíduos.
COMO FUNCIONA
O aproveitamento dos sobrantes da preparação e restos das refeições, assim como produtos alimentares fora de prazo, para transformação em biogás /energia e/ou compostos naturais (fertilizantes para produção agrícola) já se encontra em curso depois de o projecto ter sido apresentado em Vila Verde e Barbudo.
«Os restos de comida são 37% do que consumismos», disse Patrício Araújo, lembrando que a Braval fará a reciclagem à parte, que permitirá a sua transformação para produção de biogás/energia e compostos naturais/ fertilizantes.
O projeto “Agora sim, Nada se Perde!” vai, a curto prazo, introduzir ainda a compostagem comunitária. Os biorresíduos domésticos poderão ser depositados em locais específicos a implantar junto às três ETAR do concelho para que os agricultores e produtores domésticos possam aí depositar os sobrantes de podas e outros, renovando e transformando compostos orgânicos que poderão ser reutilizados.
A autarquia de Vila Verde está convencida que a poupança gerada com o projecto vai permitir «disseminá-lo por todo o concelho», uma vez que a taxa de biorresíduos «não é paga (suportada pelo Fundo Ambiental). «A poupança gerada vai permitir replicar em todo o concelho». O que, por sua vez, não trará taxas adicionais aos vilaverdenses.
Texto: Emílio Costa (CO 1179)