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Vila Verde vai ter um instrumento «pioneiro» de caraterização e gestão agrícola, florestal e de desenvolvimento rural do concelho

Dentro de um ano, Vila Verde vai apresentar o Plano Diretor Agrícola, Florestal e de Desenvolvimento Rural – PDAF do Concelho, um documento «pioneiro e inovador», um instrumento orientador que pretende responder a três questões essenciais: «O que temos? O que queremos ter? E que caminho devemos seguir?».

«Vai retratar a realidade concelhia em termos agrícola e florestal e ajudar os agricultores, produtores florestais e agentes de desenvolvimento rural a tomarem as melhores decisões em termos de investimentos naquelas áreas», destacou a presidente da câmara municipal de Vila Verde, Júlia Fernandes, na sessão de assinatura do protocolo para a sua elaboração que vai juntar ao município a ATAHCA e a Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

«É mais um instrumento de proximidade e de apoio ao desenvolvimento integrado do mundo rural, que deve ser replicado a todo o país», destacou o ministro da agricultura e pescas, José Manuel Fernandes, que se juntou à cerimónia, que decorreu nos Paços do Concelho, esta manhã, na presença de vários organismos ligados ao sector.

«Vamos caracterizar o território, ouvindo quem está no terreno, para ajudar a decidir quais as melhores áreas e as que têm maior potencial de aposta em determinados produtos e fontes de investimento, para tornar o território melhor ordenado e os espaços mais atrativos e inovadores potenciando o seu desenvolvimento», destacou o presidente da Associação das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave (ATAHCA), Mota Alves, um dos organismos que vai supervisionar e orientar os trabalhos no terreno.

APOSTAS NO TERRITÓRIO

Vila Verde possui uma mancha florestal considerável, com crescimento no eucalipto e com perdas no pinheiro e carvalhais. Em termos agrícolas, numa agricultura ainda muito fundada na subsistência e pequenas explorações familiares, verifica-se o aumento exponencial nos últimos anos em áreas agrícolas mais extensas, nos domínios dos mirtilos, kiwi e até vinha.

«Temos que perceber se o caminho é o mais correto e orientar para uma melhor forma de explorar os solos e de criar mais retorno para os agricultores/produtores», referiu José da Mota Alves, numa extensa apresentação onde não esqueceu referências à quebra nos pomares, ao crescimento exponencial da produção de cereais (sobretudo o milho) e uma estagnação da produção de leguminosas. «O vinho verde tinto é uma prática secular e temos que dar atenção às melhores zonas do território: por exemplo, o vinho verde de Valões é tão bom, porquê? Deve-se apostar e reforçar para que não perca para os verdes brancos, que estão em crescimento».

APOIO CIENTÍFICO DO IPVC

O PDAF vai avançar de imediato, com o apoio técnico e científico da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima do IPVC. «É uma satisfação ver reconhecida a nossa competência e, em simultâneo, poder contribuir para valorizar p desenvolvimento do território», referiu o presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues.

Lembrou os «desafios atuais» face às «novas variáveis que precisam de conhecimento: as alterações climáticas, a digitalização e os territórios inteligentes e a eficiência energética. O PDAF vai ser um importante instrumento com um essencial suporte técnico e científico. É a nossa missão».

«DEVE SER REPLICADO A NÍVEL NACIONAL» – JM FERNANDES

Este vai ser, antes de mais, «um instrumento de proximidade», salientou o ministro da agricultura e pescas, José Manuel Fernandes, que não deixou de sublinhar o seu sentido orientador. «Não é um PDM, mas ajudará a definir melhor o território. Um impulsionador de investimentos. Aliás, deve ser replicado a nível nacional».

E, de acordo com o governante, está em linha com as políticas do Governo para o sector: «as prioridades são melhorar o rendimento e apostar numa renovação geracional. Estes instrumentos ajudarão a ter uma visão mais concreta do potencial agrícola, florestal e de desenvolvimento rural do território».

Para a autarca de Vila Verde, Júlia Fernandes, o PDAF vai assentar «no binómio tradição e modernidade. Vamos ouvir quem está no terreno e respeitaremos as caraterísticas naturais do nosso território. Queremos ajudar e ser uma alavanca de crescimento para estes sectores».

E será feito «de forma integrada», pois assentará em vários domínios, da agricultura e florestas à agroindústria, passando pela gastronomia, alojamento rural, turismo, património etnológico, entre outros.

«E deve assentar numa marca diferenciadora que afirme este território, a marca Cávado», acabou por referir o presidente da ATAHCA, José da Mota Alves.

No terreno, vai estar uma equipa multidisciplinar e Mota Alves sugere a criação de um Observatório Municipal, «para a sua implementação».

ovilaverdense@gmail.com

 

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