Susan Smith, a mulher que em 1994 afogou os dois filhos ao atirar o próprio carro para um lago, viu, esta quarta-feira, ser-lhe negada a liberdade condicional pela Comissão de Indultos e Perdão da Carolina do Sul, nos Estados Unidos.
A cumprir prisão perpétua, depois de ter confessado que afogou os filhos, Michael, de três anos, e Alex, de 14 meses, Susan Smith testemunhou agora para defender a sua libertação, mas sem sucesso.
“Sei que o que fiz foi horrível”, afirmou Susan Smith, em lágrimas.
Questionada pela comissão sobre as acusações disciplinares de que foi alvo nos últimos anos, na prisão, a mulher respondeu que aprendeu com os erros e terminou o testemunho a pedir que lhe fosse concedida liberdade condicional.
“Sou cristã e Deus é uma grande parte da minha vida. Sei que ele me perdoou e sei que é pela sua graça e misericórdia. Só vos peço que mostrem também esse mesmo tipo de misericórdia”, pediu a norte-americana.
Depois foram ouvidas as testemunhas que se opunham à liberdade condicional de Susan. Um grupo do qual faz parte David Smith, seu ex-marido e pai das crianças afogadas.
“O que ela fez não foi só ao Michael e ao Alex, também esteve muito perto de me fazer acabar com a minha vida por causa da dor que me causou”, disse David Smith perante a comissão.
Na altura do crime, em Novembro de 1994, Susan Smith, então com 23 anos, disse à polícia que os filhos tinham sido levados durante um assalto feito por um homem negro na cidade de Union, na Carolina do Sul, no final de Outubro, desencadeando uma caça ao homem.
Pouco depois, as autoridades vieram a descobrir que os filhos de Smith estavam mortos, amarrados aos bancos do seu carro, no fundo do lago John D. Long, nas proximidades.
Sob interrogatório, a norte-americana confessou o crime, que ocupou manchetes de jornais um pouco por todo o mundo.
O julgamento aconteceu no ano seguinte, em 1995, e também teve repercussões internacionais.
A acusação referiu que a mulher estava a ter um caso com o filho do patrão, que tinha acabado de terminar a relação extraconjugal com Susan porque não queria ter filhos. Em resposta, os seus advogados argumentaram que a mãe tinha tendências suicidas, estava deprimida e tencionava ter ficado no carro com os filhos.
Susan Smith acabou por ser condenada por homicídio. Actualmente com 53 anos, já cumpriu 30 da sua pena de prisão perpétua, o que a tornava elegível para liberdade condicional ao abrigo da lei estatal na altura do seu julgamento. No entanto, a liberdade condicional foi negada e a norte-americana irá continuar presa.
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