“Parar enquanto podemos” foi a frase mais repetida por cerca de centena e meia de manifestantes que se juntaram este sábado na Praça Paiva Couceiro, em Lisboa, para percorrerem as ruas até à Praça do Chile.
Os manifestantes chegaram à Praça do Chile pelas 17h10, onde se mantiveram sentados, impedindo a circulação rodoviária, perante o olhar atento de dezenas de agentes da PSP e do corpo de intervenção.
Este corte de trânsito, que já estava previamente acordado com as autoridades, ainda se mantinha pelas 19h00.
Ao longo de pouco mais de uma hora de um protesto pacífico, os manifestantes pararam duas vezes para se fazerem ouvir, e distribuíram panfletos informativos aos transeuntes e aos comerciantes locais.
À TSF Inês Teles, recordou as “negociações falhadas” na cimeira do clima, em Baku, no Azerbaijão.
“Ano após ano, vemos sempre os líderes globais a falharem nestas negociações, vemo-los sempre a sentarem-se à mesa de negociações com as próprias empresas de combustíveis fósseis que estão a atear o fogo do inferno climático e chega a uma hora em que temos de tornar bastante claro que estes governos e estas empresas não nos vão salvar. É preciso mobilizar a população e a sociedade em geral e quebrar esta normalidade para podermos, em conjunto, travar a indústria fóssil e o colapso climático”, considera, sublinhando que a COP29 vai ser mais um “fracasso”, algo que não é surpreendente.
“Já estamos há quase 30 anos nisto. Já sabemos que, ano após ano, essas conferências falham, estão talhadas para falhar. Ano após ano, não só elas falham, como as próprias emissões continuam sempre a subir. Eles estão-se a sentar à mesa de negociações e decidem, ano após ano, continuar a expandir projetos de infraestruturas fósseis, autênticas bombas de carbono, que estão já a causar uma devastação gigantesca por comunidades por todo o mundo e estão a tornar toda a gente mais vulnerável. Nós consideramos que isto são autênticos atos de guerra contra a sociedade e o planeta”, refere, acrescentando que “a única forma de travar este rumo ao inferno climático é mesmo a mobilização social gigantesca”.
“Não podemos esperar por soluções de quem está há 30 anos para nos dar soluções e, na verdade, só está atear o fogo do inferno climático”, atira.
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