BRAGA (alerta)

BRAGA (alerta) -

Construtora de Braga entuba água pública e prejudica moradores, suportes de terra e cultivos

Os moradores do Monte da Alagoa, em Espinho, Braga, estão preocupados com um conjunto de intervenções urbanísticas na zona que estão a criar constrangimentos e prejuízos em terrenos e cultivos. O caso foi já remetido para o SEPNA da GNR.

A Ribeira de Alagoa, cuja nascente se situa no lugar Monte de Alagoa, freguesia de Espinho, concelho de Braga, é uma linha de água perene, pública, não navegável, sendo que beneficia prédios rústicos e terrenos agrícolas adjacentes a essa linha de água.

Existe uma Urbanização em construção pela empresa Carminho Construtora Lda, na Freguesia de S. Pedro D’Este, no concelho de Braga que está a trazer constrangimentos para os moradores adjacentes ao local da construção.

Terraplanagens, entubamentos, construção de muros de suportes são alguns dos problemas que os moradores daquele local sentem com o avançar das obras.

Na Urbanização Alto da Vela, foi iniciado o processo de entubamento de 50 metros desta linha de água pública chamada de Ribeira de Alagoa por parte da construtora Carminho Construtora LDA, «aliada também ao facto de serem efetuados aterros e desaterros no leito de cheia da referida Ribeira», avançam os moradores.

«Contrariando as normas da União Europeia e de Portugal, adotadas pela Câmara Municipal de Braga este entubamento vem afetar toda a fauna e flora, sendo assim a renaturalização esquecida e que deveria ser apanágio dos poderes políticos e privados», referem.

«Trata-se de um atentado ambiental que não pode ser permitido pelas Autoridades que tutelam estes assuntos. Além disso o entubamento das águas da Ribeira da Alagoa está ilegal e como tal não pode continuar a ser desenvolvida pois contraria a lei e prejudica os direitos de toda a comunidade», sublinha uma das moradoras do local.

Este facto foi denunciado à GNR ao departamento do SEPNA que confirmou a ilegalidade do processo o levantamento de uma contraordenação.

A Agência Portuguesa do Ambiente foi também informada do assunto. Até ao momento as obras, mesmo com a ação de contraordenação do SEPNA, continuam.

Obras prejudicam terrenos e cultivos

Após início das obras em São Pedro D’Este a moradora tem sido prejudicada com os detritos, águas pluviais, terras e pedras que derrubaram para a Ribeira da Alagoa e poça de consortes as quais não foram retiradas e outros resíduos que advêm das obras em curso. As águas pluviais têm passado para o lado dos terrenos de Maria Silva, que se mostra indignada com o sucedido sem conseguir «fazer nada» para contrariar o facto das obras não pararem e acima de tudo não respeitarem o seu espaço.

«Eu sou apologista de construção e crescimento e é com bons olhos que vejo a construção deste empreendimento mas não me posso deixar prejudicar pois tenho a minha propriedade a ser alvo de depósito de águas pluviais, matérias e restos de obras que obviamente não deveria acontecer», desabafa a moradora triste e ‘cansada’ desta situação que já se arrasta desde o início da construção adjacente à sua propriedade.

A obra contempla também um muro em pedra que começou a ser construído e se continuar impermeabiliza os solos trazendo o aumento do risco de cheias para os terrenos agrícolas adjacentes trazendo muitos problemas para os animais e cultivos dos habitantes daquele local. O muro de suporte, mesmo com a chuva que tem se feito sentir em Braga, continua a ser erguido, podendo ser posta em causa, a segurança do mesmo.

As imagens retiradas do local mostram uma zona pantanosa, cheia de lama e o muro que está a ser erguido, mesmo sabendo dos riscos que pode trazer para os terrenos que fazem confrontação com a construção e com a poça de consortes ficam em perigo constante.

«A Câmara Municipal de Braga não se pronuncia acerca deste caso que está a indignar os moradores da zona, faltando assim aos acordos que assinaram com a União Europeia», revelam os moradores em conversa informal.

ovilaverdense@gmail.com

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