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Português condenado a 12 anos de prisão na Suíça pede redução da pena. No final, será expulso

O português condenado a 12 anos e três meses de prisão, na Suíça, por agredir, chantagear e abusar sexualmente da mulher durante anos, chegando até a tentar matá-la, pediu a redução da pena em quatro anos. No final, do cumprimento da pena, será expulso para Portugal, determinou a Justiça suíça.

A sentença foi conhecida terça-feira e determina que o emigrante, de 57 anos, tenha acompanhamento psiquiátrico. Após cumprir a pena, será expulso da Suíça, país onde reside desde 2013. Ficará impedido de regressar durante 10 anos.

O crime ocorreu em fevereiro de 2022. O português forçou a mulher, vítima de violência doméstica, a entrar no carro e levou-a até ao miradouro de Roches-de-Moron. Atirou o carro de um penhasco, mas as árvores impediram a queda de cerca de 135 metros.

Durante o julgamento, o homem argumentou que a mulher teve “possibilidade de fuga” durante todos estes anos.

“Tinha muitas formas de fugir, indo à casa de banho, por exemplo, porque o marido já estaria a dormir. Também podia gritar ou pedir a ajuda ao filho que estava no quarto ao lado ou à amiga portuguesa que lá estava hospedada. A vítima não era uma pessoa solitária, isolada e sem rumo”, argumentou Zélie Jeanneret, a advogada do português, citada pela rádio suíça RTN.

O arguido também negou ter ameaçado ou agredido a mulher. “Se peguei numa faca era para lhe dizer que preferia matar-me a vê-la trair-me”, defendeu o português.

Em resposta, o procurador-geral adjunto do Ministério Público da suíça, Nicolas Aubert, respondeu que “a diferença de peso entre a ex-mulher – 55 quilos – e o arguido – 120 quilos – está longe de ser insignificante” perante anos de violência física e ameaças.

“A perícia psiquiátrica demonstrou que o arguido tem uma libido intensa, hipersexualidade, um carácter impulsivo e que não é capaz de se autorregular”, justificou Nicolas Aubert, acrescentando que a vítima “não era livre nas suas ações e estava sob vigilância constante”.

Já o advogado da vítima, Didier de Oliveira, disse que a mulher vivia num “clima de terror”.

“As ameaças de morte eram quotidianas. O medo de morrer era omnipresente. O clima de ameaça exercia uma pressão psicológica”, afirmou Didier de Oliveira.

O Tribunal Criminal de Neuchâtel, na Suíça, confirmou a sentença de primeira instância de 12 anos e três meses de prisão de um português que tentou matar a mulher (e a si próprio) ao atirar o carro por um penhasco.

De acordo com o site La Liberte, ficou provado em tribunal que, antes da tentativa de homicídio, o réu violou a mulher “dezenas de vezes, só na sua última fase da vida de casado”.

A sentença prevê ainda que o arguido tenha acompanhamento psiquiátrico e que, após o cumprimento da pena, seja expulso da Suíça e não possa regressar ao país durante dez anos.

ovilaverdense@gmail.com

Com NM

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