«Temos ainda pessoas a viver sem casas de banho», lembra o vereador independe e futuro candidato do CDS-PP à câmara de Vila Verde, Fernando Feitor. Em reunião de câmara, esta segunda-feira, foi mais longe: «Nenhum de nós aqui deste executivo deve estar orgulhoso em poder dizer que temos 22 milhões de euros em saldo positivo, quando repetidamente tenho vindo a pedir a esta câmara para que seja investido algum desse dinheiro nas necessidades básicas de alguns vilaverdenses».
Numa comunicação enviada à nossa redação, onde se mostra com a comunidade cigana numa visita a um dos espaços onde habitam no concelho, realça que «foi prometido resolver o problema do acampamento da comunidade cigana em Cabanelas, promessas atrás de promessas e até agora nada. As pessoas têm que ir buscar água a um vizinho a mais de 200 metros».
Feitor fala de uma comunidade com cerca de 100 pessoas «sem acesso à água para cozinhar e tomar banho. Umas dessas crianças disse-me que o maior sonho dela era poder tomar banho de chuveiro».
Na sua óptica, «não podemos dizer que essas pessoas não se integram quando nós não damos as condições mínimas; essas crianças no Inverno falham alguns dias à escola precisamente por não se sentirem bem sem tomar banho».
O ex-candidato e vereador do Chega lembra que «a comunidade cigana está aqui há mais de 500 anos, são portugueses, não se admite que tudo damos aos novos imigrantes quando estes cidadãos que já cá estão fiquem para trás. Isto sim que é uma discriminação».
O vereador questionou Júlia Fernandes sobre um tema que – segundo ele – ocorre «em várias freguesias deste Concelho, e em todos os casos, é do vosso conhecimento porque por mim foi mostrado».
JÚLIA FERNANDES: «Bandeiras eleitorais que até agora nada lhes diziam»
«Não é em véspera de campanha eleitoral que se devem erguer bandeiras que até agora nada lhes diziam», respondeu a presidente de câmara, Júlia Fernandes, que lembrou que «a comunidade em causa está a merecer atenção de várias instituições. Para além dos diversos serviços municipais, «várias instituições parceiras».
A edil diz que «estão devidamente sinalizados na estratégia local de habitação e têm sido realizadas diferentes reuniões com os proprietários e representantes legais dos proprietários, onde as barracas estão ilegalmente instaladas».
Na resposta, Júlia Fernandes acentuou que todas a comunidade é acompanhada pelo Centro Comunitário da Cruz Vermelha Portuguesa e que «as crianças em idade escolar frequentam os diversos estabelecimentos de ensino». A propósito, fez notar que «têm sido criados programas de reintegração e reinserção».
O vereador socialista, António Esquível Gomes, fez questão de se posicionar sobre o assunto: «o município deve ter em atenção as casas legais e, num curto espaço de tempo, colocar água nessas casas». Para o vereador do PS, é ainda importante «continuar a desenvolver o processo dos terrenos ilegalmente ocupados pela comunidade cigana».
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