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Autor de atropelamento em Mannheim com ligações à extrema-direita

A organização de investigação alemã Exif Recherche afirmou esta quarta-feira que o suspeito do atropelamento em massa na cidade de Mannheim, no sudoeste da Alemanha, que provocou duas mortes, tinha ligações a grupos de extrema-direita.

De acordo com a organização sem fins lucrativos alemã, o suspeito do atropelamento da passada segunda-feira em Mannheim integrava o grupo ‘Ring Bund’, constituído por membros neonazis que defendem a ideologia “Reichsbürger”, um movimento de conspiração que rejeita a legitimidade da República Federal da Alemanha e que pretende que esta seja substituída por um sistema autoritário.

O suspeito, um alemão de 40 anos, identificado como Alexander S., conduziu na segunda-feira um veículo contra os transeuntes na principal rua comercial de Mannheim, pouco antes das 12h15 (11h15 de Lisboa), matando duas pessoas e ferindo 11.

O nome de Alexander como membro do grupo ‘Ring Bund’ surge repetidamente em documentos apreendidos a um membro deste grupo, condenado por tráfico de armas em 2022.

O suspeito também partilhou simbologia neonazi nas redes sociais e participou em pelo menos uma manifestação organizada pelo grupo neonazi Partido Nacional Democrático (NPD), em Berlim, em 2018, confirmam várias fotografias.

O Ministério Público alemão adiantou na segunda-feira que tinha motivos para crer que o perpetrador do atropelamento sofria de problemas psiquiátricos, descartando motivações políticas.

“Temos indícios concretos de que o autor do crime sofre de uma doença mental, razão pela qual a investigação se concentra neste aspecto”, declarou Romeo Schüssler, procurador do Ministério Público alemão, excluindo a hipótese de um motivo político ou religioso.

TENTATIVA DE SUÍCIDO

Depois de ser detido pela polícia alemã, o suspeito do atropelamento, Alexander S., tentou cometer suicídio com uma pistola de ar comprimido.

“No que se refere à motivação específica do acto, não há qualquer indicação de um fundo extremista ou religioso. A motivação pode estar relacionada com a personalidade do perpetrador, mas isso ainda está a ser investigado”, disse o ministro do Interior do Estado de Baden-Württemberg, onde se situa Mannhein, Thomas Strobl, na segunda-feira.

“As investigações realizadas até ao momento revelaram indícios de doenças mentais pré-existentes e sugerem que o suspeito se encontrava numa condição mental excepcional”, reiterou o Ministério Público alemão na terça-feira.

Segundo o Ministério Público, o suspeito já havia cumprido uma pena de prisão por injúria há mais de uma década e foi também condenado a pagar uma multa por um comentário na rede social Facebook, classificado como “crime de ódio”, em 2018.

Alexander compareceu perante o juiz de instrução na terça-feira, mas não quis testemunhar sobre a motivação das suas acções.

ovilaverdense@gmail.com

 

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