Estão a ser julgados, à revelia, há mais de um ano, no Tribunal de Braga. São 38, todos de nacionalidade romena, homens e mulheres, e, ao tempo, maioritariamente residentes em Vila Nova de Gaia e Porto.
Fizeram 100 furtos em centros comerciais, hipermercados e ourivesarias do Norte, entre 2006 e 2014. O Tribunal de Braga está a julgá-los por furto qualificado. Mas a maioria já se mudou para a Roménia. E recentemente dois foram localizados no estrangeiro, sendo difícil trazê-los para Portugal, segundo uma fonte judicial.
A acusação sustenta que o grupo, em que todos se conheciam entre si, se organizou, a partir de 2006, para levar a cabo pequenos furtos em grandes superfícies. Sublinha que a estratégia dos arguidos era a de pagar o valor das peças roubadas quando detectados ou, indo a Tribunal, serem apenas condenados a penas de multa, dado serem delinquentes primários.
Apesar disso, terão lesado as vítimas numa verba próxima dos 100 mil euros, já que levavam várias peças – de valor entre 100 e 300 euros -, mas furtaram 36 mil euros de jóias numa loja no Algarve.
Recorrendo a malas de senhora com um forro de alumínio que impedia que o alarme funcionasse ou mesmo com um inibidor electrónico, furtaram, ainda, desde simples peças de vestuário, a artigos de marroquinaria, uísques, perfumes, equipamento informático e GPS’s e pequenos electrodomésticos.
Uma parte dos produtos era vendida em Portugal, outra era mesmo exportada para a Roménia.
O gangue visitou as maiores grandes superfícies do Norte: NorteShopping, Bragaparque, Pull & Bear, FNAC, Continente, SportZone, Pingo Doce, Dia, De Borla, Worten, entre outras. Os furtos foram realizados em Braga, Guimarães, Porto, Gaia, Matosinhos, Maia, Viana do Castelo, Coimbra, Leiria, Gondomar, Penafiel e no Algarve.
Para despistar as autoridades indicaram, ao longo do tempo, dezenas de moradas falsas, em várias regiões, para evitar a notificação policial ou judicial quando eram apanhados em flagrante.
O Ministério Público do DIAP do Porto, que investigou o caso, considera que agiram de forma concertada.