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Jovens que mataram assistente social com cinto têm histórico de delinquência

O homicídio que fez vítima Bélen Cortés, de 35 anos, continua a chocar a Espanha. A assistente social, como O Vilaverdense noticiou, foi sufocada até à morte com um cinto por três menores de 4, 15 e 17 anos. 

O caso ocorreu em Badajoz e está a levar educadores a exigirem mais segurança nos centros educativos. 

Os jovens, institucionalizados, têm histórico de delinquência e vão ficar inteirados em regime fechado. 

A comunidade de Castuera, em Badajoz, cumpriu esta terça-feira o minuto de silêncio pela vítima. É o segundo dia de luto oficial, com participação de centenas de pessoas. «É uma dor tremenda, eles mataram a minha filha», disse o pai da vítima à imprensa espanhola.

Ao que se sabe, Belén já teria denunciado um dos menores por ameaças dentro do próprio centro. Na noite do crime, era a única ao serviço. 

Os que a conheceram descrevem-na como trabalhadora e alegre. «Era uma jovem muito querida na vizinhança e não é justo que lhe tivessem tirado a vida de uma forma tão cruel, enquanto trabalhava», apontou María José, moradora de Castuera.

Os colegas de trabalho manifestaram-se à porta do centro de acolhimento Marcelo Nessi, em Badajoz, horas depois do crime.

«Há quinze dias que vivemos uma situação muito difícil, com alguns roubos e fugas», contam. 

JOVENS TÊM HISTÓRICO

Dois dos três menores, suspeitos de autoria do crime, estiveram em fuga durante sete dias antes do sucedido. 

Nesse período, assaltaram uma cafetaria, enquanto estavam hospedados na casa da mãe de um deles, acusada de lhes fornecer droga. 

Este delito ajudou as autoridades a, posteriormente, descobrirem o paradeiro dos mesmos.

Ainda, os dois também roubaram a carteira, chaves e cartões da vítima mortal. Alicia Fernández, amiga de Bélen, já teria alertado a vítima para o perigo ao que o seu trabalho a expunha. «Um deles já tinha cometido vários crimes», afirma.

Um dos jovens é J.J.G., de 15 anos, já envolvido em mais de 50 assaltos, entre carros e estabelecimentos. Cometeu 37 crimes em apenas um fim-de-semana e fugiu, por diversas vezes, à polícia, em carro, sem ter carta de condução. 

Estava na instituição há um mês e poucos dias, por ameaça de agressão a um professor depois de ter tido 0 num teste, segundo o jornal “El Mundo”. 

O outro suspeito é D. G. P., de 14 anos, com histórico de diversas agressões ao pai. A família do jovem pediu perdão à família da vítima mortal e espera que a Justiça prossiga com «contundência».

A última suspeita, a única rapariga, tem 17 anos. Os três têm nacionalidade espanhola.

O Tribunal Superior de Justiça da Extremadura avança que foi decretado, esta quarta-feira, o internamento em regime fechado como medida cautelar para todos.  

EDUCADORES SOCIAIS QUEREM MAIS SEGURANÇA

Três assistentes sociais conseguiram juntar mais de 23 mil assinaturas em dois dias, através da plataforma Change.org, numa petição a pedir mais segurança e recursos para os centros educativos.

«Enfrentamos situações de risco todos os dias e não temos segurança suficiente: não há câmaras, não há protocolos claros, nem uma equipa mínima», aponta Victoria Salinas, uma das colegas de trabalho. Garante que está «horrorizada e cheia de raiva».

A mesma relatou situações perigosas que a mesma já viveu e que a levaram a deixar a profissão. «Quantos mais de nós teremos de morrer para que eles nos ouçam e se importem com a nossa segurança?», questiona.

Noutra petição, Lucía Carmona descreve «constante desconforto físico e psicológico, devido às condições desumanas» em que trabalham as  educadoras sociais.

Numa terceira petição, Marta M. já soma mais de 20 mil assinaturas em apenas algumas horas.

«Como profissionais que atuam em instituições que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade como abrigos, casas de repouso, centros de emergência social e outras unidades de intervenção, enfrentamos diariamente situações de risco que comprometem a nossa segurança e integridade física e psicológica», escreveu.

ovilaverdense@gmail.com

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