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Mais de 600 mil crianças em Gaza arriscam deficiência crónica devido a bloqueio israelita

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou este domingo que 602 mil crianças arriscam ficar paralisadas ou com deficiências crónicas devido a doenças para as quais faltam vacinas, devido ao bloqueio israelita ao acesso à ajuda. O bloqueio vigora há mais de um mês.

Entre essas doenças estão a poliomielite, a tuberculose e a rubéola, disse à EFE Zaher al-Waheidi, diretor da unidade de saúde que contabiliza o número de mortes causadas pela guerra.

O ministério está atualmente a dar prioridade à imunização contra o rotavírus, que causa gastroenterite com diarreia grave em crianças com menos de cinco anos, explicou Al Waheidi: “Esta vacinação é a nossa principal prioridade”.

A doença representa um risco para as crianças numa Gaza onde as temperaturas começam a subir e a água potável é escassa, especialmente depois de Israel ter cortado o fornecimento de eletricidade à Faixa de Gaza, afetando a sua central de dessalinização.

Além disso, a ofensiva israelita destruiu a maior parte dos poços de água do enclave.

“Obstruir a entrada de vacinas significa o colapso dos esforços efetuados nos últimos sete meses, com repercussões graves e catastróficas para um sistema de saúde enfraquecido e depauperado”, sublinha o ministério em comunicado, no qual considera que o bloqueio do acesso das vacinas a Gaza, especialmente as vacinas contra a poliomielite, “constitui uma bomba-relógio que ameaça propagar a epidemia”.

SITUAÇÃO CRÍTICA

Israel mantém um bloqueio total desde 2 de março (dia em que o cessar-fogo deveria ter prosseguido na sua segunda fase) à entrada de ajuda em Gaza, o que limitou drasticamente o acesso a alimentos e medicamentos.

“Cinquenta e sete por cento dos medicamentos essenciais e 37% das provisões médicas estão em saldo zero”, alertou o Ministério da Saúde.

Na véspera, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciara que 1150 bebés com menos de um ano foram mortos desde o início da guerra no território, em 7 de outubro de 2023.

Segundo um relatório, entre as vítimas estão 274 bebés que nasceram e morreram “sob bombardeamento” e outras 876 crianças com menos de um ano que também morreram na sequência dos ataques israelitas contra o enclave palestiniano.

Segundo as autoridades sanitárias, 1,95 milhões de crianças estão em situação de insegurança alimentar grave e 345 mil estão numa fase catastrófica, com 12 mil em desnutrição severa.

A crítica situação sanitária na Faixa de Gaza foi ainda descrita na passada madrugada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) quando alertou que mais de um milhão de crianças estão sem assistência vital há mais de um mês na Faixa de Gaza, após o recomeço dos combates.

ovilaverdense@gmail.com

Foto Mahmoud Issa

 

 

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