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Papa Francisco pediu funeral simples

O ritual das exéquias do Papa, falecido esta segunda-feira aos 88 anos de idade, foi renovado pelo próprio Francisco, para responder a um desejo de maior simplicidade.

De acordo com a informação oficial adiantada pelo Vaticano, o funeral do Sumo Pontífice acontecerá dentro de nove dias, ou seja, será realizado até ao dia 30 de abril.  O Conclave para decidir quem será o sucessor de Jorge Mario Bergoglio começa dentro de um mês, no dia 21 de maio, uma quarta-feira.

Entre as novidades introduzidas estão a constatação da morte já não no quarto do defunto, mas na capela, a deposição imediata dentro do caixão, a exposição à veneração dos fiéis do corpo do Papa já dentro do caixão aberto e a eliminação dos tradicionais três caixões – de cipreste, chumbo e carvalho -, explica uma nota divulgada pelo Vaticano.

A Constituição apostólica ‘Universi Dominici gregis’, de São João Paulo II, determina que compete aos cardeais decidir sobre o dia em que o corpo do falecido pontífice será trasladado para a Basílica do Vaticano, para ser exposto à homenagem dos fiéis.

As exéquias são ser celebradas durante nove dias consecutivos e a sepultura deve ter lugar, “salvo razões especiais, entre o quarto e o sexto dia após a morte”.

A segunda edição típica do ‘Ordo Exsequiarum Romani Pontificis’ foi aprovada a 29 de abril de 2024 pelo Papa Francisco, que recebeu o primeiro exemplar do volume impresso a 4 de novembro desse ano.

“O Papa Francisco pediu, como ele próprio declarou em várias ocasiões, para simplificar e adaptar alguns ritos para que a celebração das exéquias do bispo de Roma exprimisse melhor a fé da Igreja em Cristo Ressuscitado”, explicou   então o arcebispo Diego Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas.

Numa entrevista publicada após a morte do seu antecessor, Francisco disse querer um funeral “simples”, à imagem do que foi celebrado em janeiro de 2023, para Bento XVI, e que já escolheu o lugar onde vai ser sepultado – Santa Maria Maior, uma das quatro maiores basílicas de Roma.

As celebrações mantêm as três etapas clássicas: a residência do Papa falecido, a Basílica de São Pedro e o local da sepultura.

A verificação da morte passa a acontecer na capela privada do defunto, em vez do quarto, e a deposição do corpo vai ser feita num caixão único de madeira, com interior de zinco, antes de ser transferido para São Pedro; a primeira transferência para o Palácio Apostólico foi eliminada.

Na Basílica do Vaticano, o corpo do Papa defunto é exposto diretamente no caixão e já não sobre um esquife alto; durante esta exposição, o báculo papal não será colocado ao lado do caixão, que é fechado na véspera da Missa fúnebre.

A terceira etapa, no lugar da sepultura, inclui a transferência do caixão para o túmulo e o enterro.

Um quarto e último capítulo do livro litúrgico é dedicado às disposições sobre os ‘novendiales’, as Missas em sufrágio do Papa defunto celebradas durante nove dias consecutivos a partir da Eucaristia fúnebre.

As disposições canónicas para as exéquias de um Papa foram determinadas por São João Paulo II, na Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996).

Segundo o disposto no número 27 da Constituição Apostólica, após a morte do Papa, “os cardeais celebrarão as exéquias em sufrágio da sua alma, durante nove dias consecutivos, nos termos do ‘Ordo exsequiarum Romani Pontificis’.

No capítulo V da primeira parte da ‘Universi Dominici Gregis’ encontram-se os números referentes às “exéquias do Romano Pontífice” com regras claras para o tratamento mediático da morte.

“Não é lícito a ninguém fotografar nem captar imagens, seja pelo meio que for, do Sumo Pontífice, quer doente na cama, quer já defunto, nem gravar em fita magnética as suas palavras para depois reproduzi-las”, lê-se no documento.

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