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Marcelo destaca ligação do Papa Francisco ao país: «Não era um qualquer chefe de Estado amigo de Portugal»

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou do Papa Francisco com tom especial: «Não era um qualquer Chefe de Estado amigo de Portugal».

Numa mensagem ao País, Marcelo prestou esta segunda-feira uma homenagem ao Sumo-Pontífice que morreu ao romper da manhã em Roma.

Numa curta declaração aos portugueses, Marcelo descreveu o pontífice como um amigo intenso de Portugal e uma das mais corajosas vozes espirituais dos últimos anos.

Lembrou que o Papa era o sucessor da Santa Sé, a primeira entidade a reconhecer a independência portuguesa em 1179. «Há quase oito séculos e meio», sublinhou.

A relação de Francisco com Portugal começou mais tarde na sua vida, quando visitou Fátima em 2017, por ocasião do centenário das aparições. «Descobriu Portugal e Fátima, que não conhecia, tarde na sua vida», disse Marcelo, destacando a canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto como momento inaugural de uma ligação intensa.

O Presidente da República evocou também a canonização de Bartolomeu dos Mártires e, sobretudo, a presença do Papa na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, em 2023. «Momento inesquecível da presença portuguesa no mundo», descreveu.

Marcelo lembrou os vários encontros que teve com Francisco — em 2016, 2019 e 2021 — e traçou um retrato do pontífice como «o pároco nunca rendido às vestes do Bispo, do Cardeal, do Papa», elogiando a sua simplicidade, abertura e alegria partilhada.

Mais do que uma figura simbólica, Marcelo definiu Francisco como uma referência ética e moral no cenário internacional. «Foi talvez a mais corajosa voz de entre os líderes espirituais dos últimos 12 anos», afirmou.

O Papa foi também, segundo Marcelo, uma figura próxima dos que mais sofrem. Lembrou a sua presença constante «ao lado dos que morrem vítimas das diárias negações dos direitos humanos, das migrações forçadas, da guerra e da opressão».

«Em nome de todos os portugueses, crentes e não crentes, concordantes ou discordantes, agradeço a Francisco o carinho que devotou a Portugal», declarou o Presidente, sublinhando a universalidade da sua mensagem.

Marcelo terminou a sua intervenção com um apelo à continuidade do legado do Papa. «A sua luta não é de um credo, de uma igreja, de uma nação eleita. A sua luta é de todos e de cada qual, hoje, amanhã e sempre», concluiu.

ovilaverdense@gmail.com

Foto: JMJ Lisboa 2023

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