Os partidos de oposição, PS e CDU, na Câmara discordam da realização de um referendo sobre a venda do estádio municipal, considerando que se trata de uma “manobra de diversão“ para esconder os efeitos negativos da penhora da contas bancárias.
Em declarações a “O Vilaverdense/PressMinho”, o vereador socialista Artur Feio disse que a actual maioria, quando estava na oposição, “votou favoravelmente os trabalhos a mais no estádio, sabendo, por isso, que o custo final seria muito superior ao inicialmente estimado, já que o projecto também se alterou”.
O autarca desmente que o estádio custe 180 milhões, afirmando que o seu preço final é de 147: “é uma irresponsabilidade que visa esconder a má gestão financeira que culminou numa penhora de 4,1 milhões da ASSOC”, acusa.
Em sua opinião, o facto de aparecer uma empresa, o grupo Arlindo Correia, a valorizar o estádio em 120 milhões, mostra que a obra não foi ruinosa, e que vale dinheiro.
“Este executivo não tem estratégia de marketing. Haveria que aumentar as receitas no estádio, através, por exemplo, de visitas, e da sua inclusão em guias turísticos enquanto obra de arte premiada”, defende.
Os socialistas acusam, ainda, a Câmara de “falta de bairrismo”.
CDU ESTÁ CONTRA
Já Carlos Almeida, da CDU, classifica o referendo como “uma manobra de diversão para fazer esquecer a grande irresponsabilidade que foi deixar penhorar as contas”.
“É um anúncio que só lança confusão e divide os bracarenses”, afirma, salientando que “não é a venda que vai resolver os problemas financeiros e o do uso do estádio”.
“O problema nasceu quando se aprovou (PS, PSD e CDS), com o voto contra da CDU, a construção de um estádio destes, caríssimo e que só dá para futebol”, lamentou.
Carlos Almeida teme que o Sporting de Braga opte pela construção do seu próprio estádio.