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Montenegro recusa interferência em contratos do Estado com empresas ligadas à Spinumviva

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, recusou esta quinta-feira qualquer interferência na celebração de contratos entre o Estado e empresas que trabalharam com a Spinumviva, assinalando que contratos dessa natureza “nunca dependeram” de si.

“Absolutamente, não admito a ninguém sequer essa insinuação”, respondeu o chefe de Governo quando questionado se teve alguma interferência na realização de contratos entre o Estado e empresas com as quais a Spinumviva (empresa fundada por Luís Montenegro e que passou recentemente para os seus filhos) trabalhou.

Luís Montenegro falava aos jornalistas à chegada à residência oficial, em Lisboa, onde decorre o evento “São Bento em família”, com momentos culturais abertos à população.

Na quarta-feira, o jornal “Expresso” noticiou que o primeiro-ministro entregou uma nova declaração à Entidade para a Transparência, referindo mais empresas com as quais a Spinumviva trabalhou e fê-lo na véspera do frente a frente com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

Esta quinta-feira, o “Correio da Manhã” e a CNN Portugal referem que duas destas empresas, que já tinham relações com o Estado, conseguiram contratos de milhões de euros já durante o Governo liderado por Luís Montenegro.

“Não faço a menor ideia, esses serviços quando foram prestados [pela Spinumviva] foram serviços muito limitados, foram dois ou três milhares de euros. Os contratos que essas empresas têm com o Estado não dependem de mim, nunca dependeram de mim”, salientou.

O primeiro-ministro indicou que foi a Entidade para a Transparência “que solicitou” essa nova informação e disse que cumpriu essa solicitação, apesar de achar que “não tinha de entregar aqueles elementos”.

Sobre o “timing”, disse não estranhar, e afirmou que o prazo “era aquele dia mesmo”, na véspera do debate entre os líderes da AD e do PS, e não foi fixado por si.

“Eu não estranho nada, eu cumpro as minhas obrigações, eu até não concordo que a lei obrigue à disponibilização daqueles elementos nas condições em que foram pedidos, mas não vou entrar agora nessa discussão. Independentemente de discordar, eu cumpri, e há uma coisa que quero aqui afirmar solenemente, a informação que foi publicitada, não tem a mínima intervenção da minha parte, por mim não era pública sequer”, indicou Luís Montenegro.

SETE NOVOS CLIENTES

A poucas horas de debater com Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro substituiu a declaração de interesses no Portal no Portal da Transparência, agora com sete novos clientes da empresa da família.

O primeiro-ministro rejeita que o timing tenha tido uma motivação política, argumentando que se limitou a responder ao que foi pedido.

“Foi a entidade que solicitou e eu cumpri essa solicitação, apesar de ter até um entendimento diferente: eu achava que não tinha de entregar aqueles elementos (…) independentemente de discordar, cumpri”, disse.

Luís Montenegro reitera ainda que foi a entidade para a Transparência a estabelecer o prazo para entrega da documentação, garante que nada teve a ver com a divulgação dos novos clientes da empresa Spinumviva.

“Quero aqui afirmar solenemente: a informação que foi publicitada não tem a mínima intervenção da minha parte. Por mim não era pública sequer”, referiu.

Além dos cinco clientes da Spinumviva já conhecidos, há agora mais sete:

Rodáreas
ITAU
Sogenave
Portugalenses Transportes
Beetsteel
INETUM Portugal
Grupel SA

A Rodáreas, a primeira da lista, pertence ao Grupo Joaquim Barros Rodrigues e Filhos, a gasolineira de Braga que foi o principal cliente da empresa Spinumviva.

Montenegro justifica, na nova declaração, que fez trabalho de consultoria de gestão para a Portugalenses Transportes e para a Beetsteel. Nas restantes empresas, forneceu serviços de proteção de dados.

ovilaverdense@gmail.com

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