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CEP já ouviu quarenta vítimas de abuso sexual

Do total de 77 pessoas que pediram indemnizações à Igreja por abusos sexuais, a Conferência Episcopal Portuguesa já ouviu 40. Segundo a mesma, o processo estará concluído até ao final deste ano.

Entre 1 de junho e 31 de março, foram 77 as pessoas que quiseram receber compensação financeira. Destas, há 55 no âmbito de atuação das Comissões Diocesanas e 22 em relação aos Institutos de Vida Consagrada.

As Comissões de Instrução já ouviram 40 pessoas, aponta a mesma. A fonte da CEP avançou, ainda, que é «expectável que as pessoas sejam todas ouvidas até ao final de julho e estejam produzidos os pareceres até ao final de setembro».

Depois destas audiências, entra-se a Comissão de Fixação de Compensação, a definir valores a atribuir.

José Ornelas, presidente da CEP, diz que o processo «está a decorrer segundo os parâmetros que estavam a ser orientados», acrescentando que se «tem procurado não revitimizar o mais possível as pessoas».

«É um processo que queremos fazer com toda a seriedade. É preferível chegar um bocadinho mais tarde, mas que toda a gente tenha a capacidade de o fazer, e de o fazer decentemente e bem. Pensamos que até setembro este primeiro processo de escuta estará feito, e depois vai entrar a outra comissão», vinca na final da 211.ª Assembleia Plenária.

O presidente deixa, ainda, elogio ao Grupo Vita que «teve uma função determinante em seguir os processos com coerência e estudá-los, a partir das próprias comissões e em ligação com as comissões», o que «também é sinal da forma de criar cultura», completa.

Para ele, isto prova que as pessoas das dioceses são «capazes de atender, e o mais convenientemente possível, a eventuais casos que possam ainda surgir», diz.

O Grupo Vita aponta que «já há pessoas e instituições, colégios, escolas, a utilizar estes meios de prevenção para as próprias crianças e adolescentes», destaca.

Estes possibilitarão «uma capacidade de resposta de deteção muito importante» para que as «pessoas responsáveis por estas instituições sejam capazes de intuir e de notar sinais que possam ser de preocupação para se ir ao encontro de quem precisa, e o mais cedo possível», termina.

«A grande maioria destes casos passa-se no âmbito familiar e é muito difícil de lá entrar se não houver capacidade nas instituições que estas crianças frequentam», conclui José Ornelas.

ovilaverdense@gmail.com

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