PAÍS

PAÍS -

Jovens procuram (cada vez mais) cirurgias estéticas por causa das redes sociais

Os jovens procuram, cada vez mais, cirurgias e procedimentos estéticos. Os profissionais apontam que, nos últimos dois anos, a procura aumentou significativamente. A Internet e as redes sociais são a causa e trazem novos desafios.

«O aumento deve-se claramente às redes sociais. É uma realidade mesmo muito presente”, aponta Tiago Baptista Fernandes, diretor clínico da Up Clinic, em declarações ao Jornal de Notícias (JN).

No seu consultório, os jovens são já, segundo o JN, 25% dos pacientes. «A partir dos 20 anos, a maioria procura preenchimento de lábios e rinomodelações. A partir dos 30, já saltam mais para a parte cirúrgica com o lifting endoscópico», descreve. O que se passa em Portugal acompanha o resto do mundo, afirma ainda.

O facto de os processos estarem mais fáceis e acessíveis também motiva a procura. «Isso também faz com que haja uma banalização dos tratamentos que se fazem de medicina estética, muitas vezes até por não profissionais», observa Ângelo Rebelo, diretor clínico da Clínica Milénio, ao Jornal de Notícias.

A tecnologia tem um papel forte pois «nem sempre é fácil desconstruir imagens falsamente criadas», explica o cirurgião ao jornal. É importante, para o mesmo, que se mostre aos pacientes que há pedidos impossíveis A maioria são mulheres.

«Eu desmonto expectativas porque as pessoas têm de saber os limites: é possível fazer no telemóvel ou no computador, não é possível fazer no ser humano», sublinha. «Temos de desmontar a ideia que vem das redes sociais e dar a noção da realidade. Muitas vezes, dizemos que não. Em 10% das consultas, eu chumbo o procedimento», acrescenta Tiago Baptista Fernandes.

Neste cenário, a Sociedade Portuguesa de Medicina Estética (SPME) vinca, ao JN, um aumento da procura destes procedimentos entre os 18 e os 30 anos. Isto «coloca desafios éticos significativos», destaca.

«Os profissionais de medicina estética devem avaliar não só a maturidade e motivação dos jovens, mas também o impacto psicológico dos procedimentos, evitando alimentar expectativas irrealistas ou a ceder a pressões sociais e modas passageiras», expõe, ao JN, Diogo Figueiredo, membro da direção da SPME.

Ainda, «quanto menor for a consciência do resultado, maior é a probabilidade da pessoa ficar insatisfeita», acrescenta, em particular nos mais jovens, que são a faixa «mais vulnerável em termos emocionais».

«É preciso trabalhar as expectativas. Cada vez mais, devíamos trabalhar nas questões da estética de forma integrada, como quase tudo hoje em saúde», defende, ao jornal, o presidente do conselho da especialidade de Psicologia Clínica da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

A maior parte das pessoas que procuram estes serviços «têm algum tipo de dificuldade do ponto de vista emocional», vinca.

O Jornal de Notícias aponta, ainda, que, por exemplo, um preenchimento labial, pode rondar os 400 e os 500 euros, dependendo da clínica.

ovilaverdense@gmail.com

Com Jornal de Notícias

Partilhe este artigo no Facebook
Twitter
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE