Eugene Gligor, de 45 anos, matou a mãe da ex-namorada, Leslie Preer, em Maryland, nos EUA, em 2001. Até ao verão de 2024, viveu uma vida normal, mas uma garrafa de água permitiu desvendar o segredo. Esta quarta-feira, em tribunal, declarou-se culpado.
Leslie Preer morreu estrangulada em 2001, na cidade de Chevy Chase, no estado de Maryland, nos EUA. A 18 de junho do ano passado, 23 anos depois, a Polícia deteve Eugene Gligor como suspeito do assassinato daquela que era mãe da ex-namorada.
Gligor vivia uma vida normal, tanto que a sua detenção surpreendeu os amigos. «É quase impossível de acreditar, o Eugene?», comentava, em junho de 2024 Jordan Weiers, um ex-colega de trabalho, citado no jornal “Washington Post”. «Ele era uma pessoa positiva, estamos todos em choque», acrescentou Joseph McDermott, também colega.
Gligor e a filha de Leslie Preer namoraram no final dos anos 90, ainda adolescentes, mas terminaram de forma pacífica. O crime começou a ser investigado a 2 de maio de 2001, porque a mulher não compareceu ao trabalho. O marido, em casa, viu sangue seco, uma mesa caída e um tapete fora do sítio.
O relatório da Polícia, lido esta quarta-feira em tribunal, diz que enquanto Preer estava sozinha em casa, o seu assassino entrou e atacou-a no hall de entrada. A mulher foi estrangulada, de acordo co a autópsia, e o agressor levou o seu corpo para o andar de cima, deixando-o dentro da banheira antes de fugir. O ADN de um homem foi detetado, mas nunca identificado.
ADN em garrafa de água desvenda crime
Agora, 23 anos depois, o nome de Eugene chega à Polícia por um novo método de investigação que permite comparar os vestígios deixados de crime com o ADN submetido a empresas especializadas que traçam a nossa árvore genealógica.
Os investigadores chegaram a duas mulheres, inocentes, na Roménia e, seguindo os caminhos da ancestralidade até aos dias de hoje, chegaram a uma família norte-americana com o apelido “Gligor”. O nome de Eugene Gligor já tinha sido referido por um vizinho durante a investigação.
Sabendo que Eugene iria realizar um voo a 9 de junho de 2024 de Londres para o Aeroporto Internacional de Dulles, a polícia montou uma “armadilha”. O homem foi levado para uma sala ligada a processos alfandegários, sendo colocadas várias garrafas de água à sua disposição. Gligor bebeu e, assim, a Polícia recolheu o seu ADN, ligando-o ao caso de Leslie.
Apesar de os advogados de Defesa terem contestado os métodos para a obtenção de provas, Gligor confessou o crime. Pode, agora, ser condenado até 30 anos de prisão.
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