Por Rafael Gonçalves Fernandes
Criminólogo
Os meios tecnológicos de informação e comunicação são imprescindíveis no dia a dia, pois são utilizados nas mais diversas atividades. A necessidade deste tipo de meios tecnológicos provocou uma carência de inovação e de adaptação constante, o que por sua vez tornou os equipamentos mais portáteis, nomeadamente o smartphone.
A portabilidade e a necessidade destes dispositivos desencadeou uma disseminação dos mesmos, pois hoje são utilizados em diversos locais para concretizar uma lista ilimitada de tarefas. Seja em casa, na rua, no trabalho, na escola, para comunicar com pessoas ou aceder a informações, entre outras possibilidades.
São várias as atividades criminosas que podem ser praticadas, através e contra este tipo de dispositivos, nomeadamente: acesso indevido, hacking de redes sociais, instalação de software malicioso como vírus, furto de identidade, phishing, fraude de contas bancárias, entre outros.
Este tipo de criminalidade com recurso a dispositivos eletrónicos torna-se bastante aliciante para criminosos com expertise nas áreas tecnológicas, pois são crimes que podem ser cometidos em qualquer parte do globo, sem a necessidade de haver contacto físico com a vítima. Algo que facilita a perpetuação do crime e dificulta a investigação e deteção destes criminosos.
Todos podemos ser vítimas deste tipo de crimes, basta termos um dispositivo móvel. Este tipo de fenómeno criminal afeta a nossa privacidade e intimidade, tendo em conta que na atualidade guardamos grande parte da nossa informação individual e coletiva neste tipo de tecnologias. Logo, a sua violação pode colocar em causa diversos direitos fundamentais.
No entanto, existem algumas ações que possibilitam diminuir o risco de sermos vítimas deste crime, mais concretamente: ter especial atenção a links suspeitos, pois podem ter como finalidade instalar um vírus no dispositivo; utilizar PIN para desbloquear os equipamentos, pois em caso de furto ou perda o mesmo encontra-se protegido; instalar aplicações que possibilitem localizar o smartphone, apesar de alguns equipamentos já possuírem este tipo de mecanismo; utilizar uma cloud onde possamos guardar os documentos, imagens e restantes conteúdos, pois em caso de furto ou de perda possibilita termos acesso aos nossos ficheiros noutro equipamento; instalar e utilizar antivírus de modo a nos protegermos de possíveis ameaças; manter o sistema e as aplicações atualizadas, por norma essas atualizações corrigem falhas de segurança; evitar conectar os dispositivos com redes WI-FI públicas, pois apresentam uma deficitária proteção; verificar quais as aplicações com acesso à câmera, microfone, localização e revogar as permissões desnecessárias; entre outros.
Num mundo cada vez mais conectado e digital, a promoção da segurança nos equipamentos móveis é uma necessidade incontornável de modo a prevenir a cibercriminalidade. Os dispositivos móveis, nomeadamente o smartphone, são uma extensão da vida pessoal e profissional, como tal a proteção destes equipamentos torna-se uma responsabilidade individual e coletiva. Devemos todos adotar práticas conscientes e preventivas, nomeadamente as empresas e entidades governamentais, que muitas das vezes albergam informações importantíssimas como os nossos dados pessoais.
