O líder do PSD afirmou este sábado que sente “a responsabilidade de ser o farol do país”, com a oposição sempre a olhar para trás, e apelou a que os portugueses que querem estabilidade “votem massivamente” na AD. Nuno Melo optou na sua terra natal por uma intervenção agressiva, com um alvo: Pedro Nuno Santos e, por arrasto, Mariana Mortágua.
Luís Montenegro seguiu para Famalicão, num comício no mercado de Vila Nova de Famalicão depois de entrar em ombros e ser conduzido dessa forma até ao palco por membros das juventudes partidárias que acompanham a AD – Coligação PSD/CDS-PP.
“Aproveito este calor humano que sinto aqui em Famalicão, no Minho, para dizer que eu sinto vontade, convicção, força redobrada pelo que todos me têm transmitido e por verificar que estão todos os outros a olhar para nós: sinto a responsabilidade de ser o farol deste país e de trazer este país para a frente”, disse.
Montenegro defendeu que “a campanha da AD tem sido espetacular”, quer pelo apoio que tem recebido, quer pelas ideias que tem apresentado, considerando que os restantes partidos só as têm comentado.
“Nesta campanha podemos dizer que levamos a luz, a lanterna e olhamos para o lado e vimos profissionais do retrovisor, sempre a olhar para trás quando nós só queremos olhar para a frente”, criticou.
Depois, abordou a questão da governabilidade, acusando a oposição de perder tempo a tentar perceber o que a AD fará depois das eleições e para garantir a estabilidade.
“Vamos garantir essa coligação com o braço dado com os portugueses, a nossa coligação é com os portugueses, é essa que nos guia, é nessa que eu estou focado e é nessa que eu peço a vossa ajuda para firmarmos o maior contrato de coligação que é necessário para dar estabilidade a Portugal, que é a confiança do povo português”, pediu, assegurando que “não há nenhum papão” na coligação PSD.CDS-PP.
Admitindo que todos os indicadores apontam para a vitória da AD, Montenegro avisou que “há um pequeno detalhe”, reiterando que que todos têm de ir votar e que quem coloca a estabilidade como prioridade só o pode fazer nesta força política.
NUNO MELO ATACA PNS
Já Nuno Melo, presidente do CDS optou por um discurso mais agressivo.
Na sua terra natal, Numo Melo defendeu que se Pedro Nuno Santos saiu pela “porta pequena” do Governo socialista de António Costa, se não serviu para ministro, também não pode servir agora para primeiro-ministro.
Esta foi uma das acusações que Nuno Melo, atual ministro da Defesa, fez a Pedro Nuno Santos, num comício que encheu o Mercado Municipal de Vila Nova de Famalicão e em que salientou a ideia de que a AD “é uma coligação entre dois partidos, o CDS e o PSD”.
Nuno Melo, natural de Famalicão, começou por observar que este concelho é o maior exportador do Norte de Portugal e o terceiro do país – um dado que lhe serviu a seguir para pedir aos portugueses que façam uma comparação entre “a marca” de Pedro Nuno Santos e a do Executivo PSD/CDS.
“Quem não serviu para ministro não pode ser agora melhor primeiro-ministro”, sustentou, antes de fazer críticas mais específicas ao atual secretário-geral do PS. Em estilo de desafio, fez um repto à plateia.
“Digam-me uma marca nítida de Pedro Nuno Santos nas políticas da habitação: Zero. Nas infraestruturas, anunciou dois aeroportos, mas no fim não construiu nenhum -«- e saiu pela porta pequena”, apontou.
A AD, pelo contrário, de acordo com o líder democrata-cristão, em 11 meses de governação aumentou salários e pensões, baixou impostos, pacificou 19 classes sócio profissionais, alcançou o maior superavit orçamental e a dívida pública desceu para níveis anteriores a 2009.
No plano estritamente político, Nuno Melo acusou Pedro Nuno Santos de liderar o PS “mais extremado da história da democracia portuguesa”. Neste ponto, porém, teve uma “gaffe” ao falar em Iniciativa Liberal quando pretendia referir-se ao Livre.
Disse que Pedro Nuno Santos quer “dar a mão aos extremos”, governando com o PCP, Bloco de Esquerda e PAN. Nestes “extremos” inclui o IL, um lapso do líder centrista,
“É como quem diz, talvez, com a Mariana Mortágua a ministra das Finanças”, acrescentou.
Para o ministro da Defesa, Pedro Nuno Santos foi mesmo “o grande teorizador dessa Geringonça que levou ao poder [em 2015] quem perdeu as eleições. Nós só governamos ganhando”, contrapôs.
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Com JE e Agências