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PJ está a fazer buscas e detenções em casos de plantação de haxixe para uso medicinal 

A Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária (PJ) realizou, esta terça-feira, a operação “Erva Daninha”, na qual deteve vários suspeitos de pertencer a um grupo criminoso dedicado à introdução de grandes quantidades de canábis em vários mercados europeus e africanos.

Em comunicado, a PJ adianta que cumpriu 64 mandados de busca e apreensão de norte a sul do país e, ainda, na ilha da Madeira. Foram, igualmente, cumpridos mais seis mandados de busca em Espanha, um na Bulgária e um outro em Chipre.

A investigação começou no início de 2022, no âmbito da cooperação policial internacional e em estreita colaboração e articulação com as autoridades policiais e judiciárias da Espanha – Polícia Nacional, na sequência da qual foram apreendidos, numa primeira fase, um total de cerca 1.200 quilos de anfetaminas (3-CMC e 3-MMC).

“As investigações permitiram apurar que a organização criminosa em causa, conhecendo as falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportações de canábis medicinal em Portugal, adquiria empresas farmacêuticas, depois criava sociedades comerciais licenciadas para o comércio por grosso, importação e exportação de canábis medicinal, acabando, na realidade, por enviar vários milhares de quilos de canábis para mercados ilícitos utilizando documentação e certificados falsos”, adianta a PJ.

Perante os indícios recolhidos, e em articulação com o DCIAP de Lisboa, que titula o inquérito, “foram desenvolvidas diversas diligências de investigação, em território nacional e em vários países da Europa, para recolha de prova para pôr termo à atividade ilegal que os suspeitos vinham a desenvolver durante os últimos meses”.

Na operação “Erva Daninha” participaram cerca de 300 inspetores, 48 peritos e 24 seguranças da PJ, seis magistrados do Ministério Público e três juízes. “As investigações prosseguem”, conclui o comunicado.

Há suspeitas de que, sob a fachada dos fins medicinais, numa área com regras de exportação e venda apertadas, os responsáveis de algumas empresas se dediquem ao tráfico de canábis em larga escala, para o tradicional consumo no mercado ilegal e não para fins medicinais.

No entanto, ao contrário do que inicialmente foi noticiado, a Curaleaf Portugal, maior produtor de canábis medicinal do país, não tem qualquer relação com a operação, nem pendem sobre aquela empresa quaisquer suspeitas de tráfico de droga.

[Notícia atualizada]

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