O até agora líder do PS Pedro Nuno Santos afirmou este sábado que a sua “vida política partidária termina”, assegurando não estar arrependido do chumbo da moção de confiança ao Governo por considerar que “numa democracia avançada” Luís Montenegro não seria primeiro-ministro.
“Já não sou secretário-geral. Termino aqui um percurso de muitos anos de dedicação ao PS e ao país”, disse aos jornalistas à saída da Comissão Nacional do PS, considerando que tentou “fazer o melhor que sabia pelo povo português”.
O ex-secretário-geral do PS disse que agora “a vida política partidária termina” e que ainda não tomou uma decisão sobre o seu lugar de deputado.
Quanto a um eventual arrependimento por ter chumbado a moção de confiança ao Governo, que culminou nas eleições com a pesada derrotada do PS, Pedro Nuno Santos respondeu: “não só não estou nada arrependido, como tenho muito orgulho de, num momento crucial, ter sido sério e ter defendido a decência na política em Portugal”.
“Eu não fui calculista quando avancei para a liderança do partido e não fui calculista quando decidi que nós não podíamos dar confiança a Luís Montenegro. Mantenho aquilo que sempre defendi, porque acho que é a posição correta e a atitude correta que um político decente deve ter perante o seu povo, o seu país e a democracia”, enfatizou.
Para o ex-líder do PS, “numa democracia avançada e qualificada, o atual primeiro-ministro não era primeiro-ministro”.
“Não tem as condições éticas mínimas para liderar um governo. Eu achava isso na altura em que se votou a moção de confiança, acho isso hoje e dificilmente não acharei no futuro porque aquilo que nós já sabemos é suficiente para que alguém com o passado de Luís Montenegro não seja primeiro-ministro”, insistiu.