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Posse do Governo. Montenegro diz que estabilidade política ‘é uma tarefa de todos’

O primeiro-ministro defendeu esta quinta-feira que “a estabilidade política é uma tarefa de todos”, agradeceu ao Presidente da República a cooperação impecável e prometeu diálogo e convergências com a oposição.

“É com enorme honra, acrescido sentido de responsabilidade e renovado empenho que assumo o compromisso de continuar a servir Portugal exercendo as funções de primeiro-ministro”, afirmou Luís Montenegro, no discurso de tomada de posse, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Após o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro reiterou perante o Presidente da República a “firme e leal cooperação institucional e colaboração produtiva”.

“Quero expressar-lhe o nosso reconhecimento pela forma impecável com que temos vindo a cooperar na defesa do interesse nacional, do prestígio das instituições e da coesão social do nosso país”, disse.

Sobre as eleições antecipadas de 18 de maio, Montenegro considerou que, “com a sua particular e profunda sabedoria, o povo falou e decidiu reforçar a confiança no projeto político” que lidera.

“Fê-lo atribuindo-nos uma maioria maior, com expressão significativa de representatividade face às segunda e terceira forças políticas. E fê-lo ao consagrar a coligação que lidero como a força político-partidária que mais aumentou a representação parlamentar”, vincou.

Montenegro disse receber essa confiança com “sentido de responsabilidade”, mas também disse ter ouvido e entendido “com humildade” a responsabilidade que os eleitores deram às oposições.

“E é com humildade que ouvimos e entendemos a confiança que foi endossada às oposições, que respeitaremos e escutaremos, procurando as convergências que as pessoas reclamam”, disse.

Para o primeiro-ministro, “a estabilidade política é uma tarefa de todos”.

“Todos assumiram salvaguardá-la para cumprir a vontade democrática e para responder aos anseios dos portugueses. A todos se exige lealdade, diálogo, maturidade e espírito construtivo. O país precisa de quem quer construir e não de quem só pensa em destruir”, avisou.

Citando Agustina Bessa-Luís, Montenegro frisou que “o país não precisa de quem diga o que está errado; precisa de quem saiba o que está certo”.

Esta quinta-feira, o Palácio da Ajuda recebeu a posse do primeiro-ministro e dos ministros do novo Governo, entre os quais se inclui o vilaverdense José Manuel Fernandes, como titular do ministério da Agricultura e Mar. A cerimónia relativa aos secretários de Estado está marcada para sexta-feira.

MARCELO: “JUÍZO COLETIVO REFORÇOU CONFIANÇA POLÍTICA”

O Presidente da República considerou que nas legislativas antecipadas de 18 de maio “o juízo coletivo reforçou a confiança política” em Luís Montenegro, numa campanha em que a personalização foi “elemento decisivo”.

“Tendo a causa inicial e para muitos determinante das eleições sido a de saber se o primeiro-ministro merecia ver renovada a vitória de 2024 atendendo a juízos éticos ou morais, de integridade ou idoneidade, os resultados mostraram que o juízo coletivo reforçou a confiança política nele”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, na cerimónia em que deu posse ao XXV Governo Constitucional.

Segundo o chefe de Estado, Luís Montenegro fez uma campanha que “se afirmou junto dos seus apoiantes por elevar a personalização a elemento decisivo de escolha eleitoral”.

“Ou seja, podendo cada qual, votante, candidato ou partido, ficar na sua opinião, positiva ou negativa sobre a matéria, os resultados revelaram que os portugueses não consideravam que esses juízos eram de molde a deixar de renovar e reforçar a escolha daquela força política e daquela mensagem personalizada no primeiro-ministro”, reforçou.

“Falo dos juízos políticos, porque os de ordem jurídica, do foro judicial, não estavam em apreciação”, ressalvou Marcelo Rebelo de Sousa.

As legislativas antecipadas de 18 de maio foram convocadas pelo Presidente da República na sequência da queda do anterior Governo minoritário PSD/CDS-PP, em 11 de março, pela rejeição de uma moção de confiança.

A moção de confiança apresentada pelo Governo foi rejeitada no parlamento com votos contra de PS, Chega, BE, PCP, Livre e PAN, durante uma crise política que surgiu por causa de uma empresa familiar do primeiro-ministro, a Spinumviva, entretanto passada aos filhos.

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