A Aliança Artesanal foi, esta tarde, palco de um autêntico desfile de moda. Entre tradição e linhas de cor, 14 formandos apresentaram as peças finais de duas formações de 200 horas: tecelagem e costura. Dinamizada pelo CEARTE e com apoio da Aliança Artesanal, quem vê de perto garante que o projeto dá muitos frutos.
São, ao todo, 14 formandos. Pessoas em situação de desemprego que, com curiosidade e vontade de aprender, se juntaram à formação de tecelagem de Fernando Rei, artesão vilaverdense e fundador da marca TEARTE e Rosa Mina, formadora de costura de Viana do Castelo.
Gorete Barbosa, da Aliança Artesanal, explica que foram «200 horas» de trabalho, articulados de modo que «os participantes pudessem produzir, nas aulas de tecelagem, os tecidos que usaram para confecionar as peças nas aulas de costura», afirma.
Em ambiente de convívio, à volta da mesa, juntam-se formandos e formadores para dividir um almoço recheado de orgulho. De seguida, todos vestiram os seus modelos e desfilaram pela sala, apresentando o culminar do seu trabalho.
Coletes, túnicas, malas e roupa infantil, tudo faz parte da coleção. Cada formando escolheu o seu modelo, resultando numa montra colorida com o toque de tradição e mostrando técnicas ancestrais.
Parceria Aliança Artesanal e CEARTE
O CEARTE (Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património) foi dinamizador da formação, com a Aliança Artesanal como entidade parceira. António Duarte, da “escola” de Coimbra, destaca que esta é uma colaboração «já com 30 anos» e é «um grande gosto».
«Nós temos feito várias formações, em várias áreas temáticas, sempre com o elemento identitário dos Lenços dos Namorados», recorda. Destaca que, «na sequência do curso anterior, os formandos participaram na Gala Namorar Portugal, com o primeiro prémio e, no ano passado, ganharam o segundo».
Para o técnico do CEARTE, isto «demonstra a qualidade do trabalho e capacidade criativa dos formandos e da formação», vinca.
«Este ano, tentamos fazer um percurso que integrasse a área da tecelagem, com o Fernando, e dar-lhe o complemento, em perspetiva de vestuário, com a parte da costura da Rosa», explica. «Foi uma experiência muito interessante», reflete.
Para Adelino Machado, um dos diretores da Aliança Artesanal, esta instiuição «vive um bocado disto, de promover património, o empowerment». «Estamos a falar de pessoas desempregadas que estão a frequentar a formação, além de ser uma forma de promover e preservar o património cultural», destca.
Para Vila Verde, há o benefício de «preservar estas técnicas ancestrais de tecelagem, aliada à costura, até porque cada vez há mais procura por essas áreas», descreve. «Ao mesmo tempo, ocupamos as pessoas e tudo isto se torna um espaço de convívio, o que também é de salientar», sublinha.
Fechar com ‘chave de ouro’
O momento de apresentação das peças finais, nas palavras de Adelino Machado, «é extraordinário». «Agora estamos a ver o desfecho, a produção final de cada um dos formandos, o que também é ótimo para eles, para sentirem esse reconhecimento e verem que a formação valeu a pena», destaca.
António Duarte concorda mas destaca, ainda, «um dado muito importante». «Alguns destes participantes estão a praticar estas áreas pela primeira vez e nós vamos ver a qualidade e competências que, num curso de 200 horas, foram adquiridas», aponta. «É um excelente resultado», termina.
ovilaverdense@gmail.com