«As maçanetas rodam e as torneiras roncam. Água? Nem vê-la! E logo num concelho com tantos recursos hídricos. E logo um bem essencial. As populações estão desamparadas. A Câmara Municipal de Vila Verde? Nem vê-la!». É neste tom que a concelhia de Vila Verde se expressa face à falta de água que afeta uma parte significativa da freguesia de Moure há mais de 48 horas.
«Para piorar a situação, um silêncio total e ensurdecedor da Câmara Municipal de Vila Verde, que não prestou qualquer esclarecimento, aviso prévio ou orientação à população afetada», refere a estrutura socialista. «Não houve, da parte do executivo municipal, qualquer comunicação oficial que justificasse a falha ou que informasse sobre os prazos expectáveis para a reposição do serviço», refere, em comunicado enviado na última madrugada à nossa redação.
Na ótica dos socialistas, «é inaceitável que, em pleno século XXI, uma autarquia ignore o seu dever elementar de informar os cidadãos, sobretudo quando está em causa um recurso básico e indispensável à dignidade e bem-estar das famílias, das crianças, dos idosos, das empresas e das instituições locais».
Lança, por isso, um conjunto de questões: «Porque motivo está a freguesia de Moure privada de água há dois dias? Quais são as causas técnicas ou operacionais que originam estas falhas? Quando será reposto o fornecimento de água? Que medidas estão a ser tomadas para mitigar os impactos junto da população?».
Perante o quadro, o PS diz que «a Câmara Municipal não pode continuar a esconder-se atrás do silêncio. A falta de transparência e de respeito pelos cidadãos é inadmissível e demonstra uma preocupante falta de sensibilidade social e de responsabilidade política que se repete há mais de 28 anos».
Finaliza: «Basta de silêncio. Basta de desinformação. A água é um direito fundamental».
FUGA NA CONDUTA AINDA POR DETETAR
Nas últimas 48 horas, a câmara municipal revela que tem estado no terreno «a tentar detectar a fuga que está a provocar a ruptura do fornecimento. É uma situação muito anormal e difícil detecção», avança fonte da autarquia. Adianta que «estão, entretanto, a ser estudadas e implementadas soluções alternativas que permitam o rápido restabelecimento. Como percebem, leva tempo, mas estão a ser operacionalizadas todas as soluções».
Na tarde de ontem, contactado a propósito, o presidente da Junta de Moure, José Manuel Lopes, assinalava uma fuga na conduta principal que abastece a freguesia, «que ainda não foi detetada. Enquanto a origem do problema não for identificada, não há forma de resolver», adiantava o autarca.
Sublinha, entretanto, que «tudo, mas mesmo tudo, está a ser feito para resolver o problema. Estamos a trabalhar sem parar para retomar a normalidade».
ovilaverdense@gmail.com