A Comissão Coordenadora Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda (BE) repudia “vivamente” as declarações do presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio que afirmou na última reunião do executivo que, “se pudesse, colocaria pulseiras electrónicas em alguns funcionários camarários”.
O BE considera, em nota à imprensa, que as estruturas locais e nacionais do PSD, partido a que pertence Rio, “devem demarcar-se destas afirmações, sob pena do seu autarca ficar tristemente conhecido como o Neto de Moura dos funcionários autárquicos, ou o André Ventura do Minho”.
Os bloquistas bracarenses referem que “a cruzada de Ricardo Rio contra os funcionários da autarquia não é nova, e ficou bem patente na recusa da implementação das 35 horas, ou na culpabilização das varredoras pelo mau estado de limpeza das ruas da cidade, deixando bem claro que o seu sonho neoliberal de defesa do ‘estado mínimo’ não tem limites, mesmo que se vire contra si próprio e contra a gestão que lidera”.
“Com tanta necessidade de controlo dos funcionários, qual o papel das chefias intermédias, nomeadas pelo seu executivo ?”, questiona o Bloco.
“Sabemos bem que, se Ricardo Rio pudesse, mandava embora grande parte dos funcionários para a rua e contratualizava com terceiros, todos os serviços possíveis, uma vez que a sua noção de serviço público é nula, assim como nula é a noção de trabalho com direitos, tal como ficou uma vez mais demonstrada nesta infeliz demonstração do seu preconceito de classe”, afirma o BE.
“Ao invés, o Bloco de Esquerda mostra-se solidário para com os funcionários da autarquia e exorta-os a continuarem a desempenhar o seu trabalho com zelo, pois é os munícipes que servem e não um presidente sem o mínimo de sentido institucional, como mais uma vez ficou provado”, referem os bloquistas.