O presidente do PS, Carlos César, afirmou esta quinta-feira que quem agir à margem da lei e quem estiver ligado a situações de abuso de poder ou ao desenvolvimento de actividades ilícitas deve sofrer as respectivas consequências judiciais.
Carlos César assumiu esta posição no final da reunião semanal da bancada socialista, no Parlamento, depois de ser confrontado pelos jornalistas sobre as detenções de autarcas socialistas, pela Polícia Judiciária (PJ), na quarta-feira, no âmbito da ‘Operação Teia’, que envolveu 50 agentes e seis magistrados.
Os presidentes das câmaras municipais de Barcelos, Miguel Costa Gomes, e de Santo Tirso, Joaquim Couto, bem como o presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Laranja Pontes, e a empresária Manuela Couto (mulher do autarca de Santo Tirso) foram detidos por suspeita da prática reiterada de viciação de procedimentos de contratação pública, com vista a favorecer pessoas singulares e colectivas, proporcionando vantagens patrimoniais.
Confrontado com este caso, o presidente do PS disse que, “como cidadão”, entende que “quem agir à margem da lei, quem abusar do poder, quem desenvolver actividades ilícitas ou com efeitos danosos deve sofrer as respetivas consequências”.
“Não conheço o processo em particular, as investigações decorrem e a seu tempo elas chegarão provavelmente a uma decisão judicial. Se for condenado, é a justiça que é feita. Se isso não acontecer, também é justiça”, respondeu Carlos César.
Miguel Costa Gomes está a cumprir o terceiro mandato como presidente da Câmara de Barcelos. É empresário na área da Indústria e Serviços. Preside também à Comissão de Autorização Comercial do Grande Porto (que decide a instalação de espaços comerciais) e é vice-presidente do Conselho Directivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
Já Joaquim Couto, presidente da Câmara de Santo Tirso, com 68 anos, é médico de profissão, tendo exercido no Hospital de Santo António, no Porto, entre 1978 e 1983.
O socialista é considerado um verdadeiro ‘dinossauro autárquico’, contando no total 23 anos à frente da autarquia: foi eleito para a presidência de Santo Tirso em 1982, cargo que manteve até 1999.
Foi reeleito para o mesmo cargo em 2013, com maioria absoluta, e novamente em 2017. Foi eleito deputado na sétima legislatura (1995/99) e, novamente, na décima (2005/2009). Também foi governador civil do distrito do Porto, entre 1999 e 2002.
Joaquim Couto é presidente da comissão política concelhia do PS e presidente da mesa da comissão política da federação socialista do Porto.