OPINIÃO -

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Os lugares e as pessoas são as verdadeiras fontes da verdade

Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (32)

 

Ao longo de todo o tempo em que foram publicadas as minhas 31 crónicas no Diário do Minho, 20 neste jornal “O Vilaverdense”, sobre este assunto, procurei provar, apoiado em várias fontes, mas sobretudo naquela que tenho referido, a devoção antiquíssima e profunda a Nossa Senhora desde o simples povo até às altas individualidades de todos os tempos. Uma obra que me levou e levará a escrever sobre a devoção dos Portugueses (e não só) a Nossa Senhora com autores credenciados, fidedignos que investigaram, com muita arte e muita sabedoria, as mais belas e enigmáticas histórias reveladas desde os primeiros tempos do cristianismo até à sua edição, em 1953. O meu tio e padrinho, Pe. Salvador Araújo de Sousa, também muito devoto da Virgem Maria, nascido ainda antes das aparições, em 27 de agosto d 1915 e falecido no dia 6 de novembro de 1981, contemporâneo da edição desta obra, ofereceu-ma, ainda em vida, como que um prenúncio de a poder ler e, com certeza, de a poder partilhar.

Vou, a partir desta crónica, entrar no segundo volume que nos começa a evidenciar, através dos lugares, de testemunhas oculares que os autores entrevistaram, os factos, toda a envolvência, toda a polémica de um assunto que, inicialmente, não foi fácil para aquelas três criancinhas.

Os pastorinhos eram crianças felizes, calcorreavam aquelas áridas e pedregosas passagens à procura do melhor para os animais que pastoreavam, cumprindo as ordens dos seus progenitores com obediência e carinho, regressando, ao final da tarde, com a alegria de mais um dia de trabalho e de mais um dever cumprido. Na noite de 13 de Maio, algo de estranho, neles, transpareceu. Com certeza, um coração feliz, mas perturbado pelo medo, pela timidez, pela desconfiança que adivinhavam e iria provir dos seus pais, familiares, vizinhos…

Tinham combinado nada dizer, mas a Jacinta dava nas vistas com a sua cintilante face, com o seu olhar, como que a não poder resistir de revelar o prodígio, que todos presenciaram na Cova da Iria, à sua mãezinha. A Lúcia e o Francisco foram logo confrontados a comprovarem tudo o que a Jacinta tinha revelado, contando, logo a seguir, também, as maravilhas que viveram naquele dia na Cova da Iria.

Foi o princípio do grande mistério de Fátima, local escolhido por Nossa Senhora para revelar a sua mensagem a Portugal e ao mundo, terra já dedicada a Santa Maria, terra de feitos gloriosos, terra das letras e das artes aliadas a cantar os louvores à Virgem, terra das cidades e aldeias dos continentes e das ilhas por onde os portugueses passaram com uma admirável devoção marial.

Maria escolheu Fátima como o Altar do Mundo para receber todos os povos com as suas preces, as suas lamentações, os seus sorrisos, as suas alegrias de gratidão e de louvor de um mundo que foi também o altar dos portugueses onde não se cansaram de evangelizar, de interiorizar, em todas as gentes,  a devoção a Maria. Nossa Senhora acolheu, com certeza, no seu magnânimo coração toda essa doação dos portugueses ao longo dos séculos e, hoje, assistimos, sem sombras de dúvidas, a um fenómeno, à vista de todos, que atrai gente de todos os cantos do mundo, revelando uma verdade que foi, inicialmente, muito difícil de assumir, mas Deus, quando quer, revela-se.

Dizem os autores, no início do segundo volume, que é a ânsia da verdade que os anima nesta tão responsável tarefa e acrescentam: «vamos, por isso, analisar as fontes de informação para deixarmos, solidamente estabelecida, a verdade histórica dos factos…»

 

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História; direção artística de Luís Reis Santos, historiador de arte e diretor do Museu Machado de Castro, Coimbra; realização e propriedade de Augusto Dias Arnaut e Gabriel Ferreira Marques, editada pela Ocidental Editora, Porto, em 1953.

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