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Investigadora da UMinho propõe igualdade de género nas direcções desportivas

A investigadora Emília Fernandes, da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, propõe uma política de género nas direcções desportivas nacionais, permitindo uma maior visibilidade das mulheres nos cargos de decisão.

A Reitoria revelou hoje que a professora representa Portugal no projecto europeu “Gesport+”, “que pretende apresentar, em 2020, directrizes à Comissão Europeia sobre a igualdade de género na governação desportiva”.

A UMinho recebe esta terça-feira uma semana de trabalho do “Gesport+”, que tem apoio do programa Erasmus+ e inclui ainda cientistas do Reino Unido, Itália, Turquia e Espanha.

O projecto – acrescentou – está na fase de recolha de dados, dos questionários às federações desportivas dos cinco países parceiros e das entrevistas a mulheres com assento naquelas organizações desportivas. “Em Portugal, da consulta aos sites das federações de 56 modalidades no fim de 2018, só duas tinham liderança feminina (kickboxing muaythai e tiro com arco), o que é muito pouco”, refere Emília Fernandes. E acrescenta: “No país nota-se uma certa invisibilidade das questões de género no desporto, incluindo escassa investigação produzida sobre o tema e a reduzida presença nos media das narrativas das dirigentes, árbitras, treinadoras e outras representantes”.

MASCULINO

A investigadora da UMinho reconhece que há alguns desportos predominantemente masculinos e outros predominantemente femininos, cuja sectorização se tem mantido ao longo do tempo. Porém, as hierarquias e a tomada de decisão tendem para a masculinização em ambos os casos, “inclusive na ginástica e na dança desportiva”.

“Também há esta propensão para a masculinização nos outros países parceiros, mas a diferença está na cultura e na lei, que cria outro equilíbrio, como o código que procura a paridade de género no Reino Unido e a recente política de quotas na Itália”, justifica Emília Fernandes.

Um dos objectivos do “Gesport+” é, por isso, o de aprofundar as diversas realidades, valorizar a aprendizagem entre os cinco países e promover as boas práticas, como se espera esta semana em Braga. No caso português, por exemplo, há alguma expectativa na futura análise dos testemunhos e experiências das dirigentes, para se compreender melhor as estruturas de poder e os processos de governança e decisão.

Este projecto científico envolve as universidades do Minho, Saragoça (Espanha), Teramo (Itália), Leicester (Reino Unido) e Sakarya (Turquia), tendo em vista a investigação e a sustentação à decisão das políticas de igualdade na Europa. O site oficial é gesport.unizar.es.

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