“Contos à Lareira” é o título da 10ª obra de Fernando Aldeia, pseudónimo de Fernando Augusto Ferreirinha Antunes, que foi apresentada na sexta feira, na Biblioteca Professor Machado Vilela, em Vila Verde.
O título da obra remete para o aconchego que marcou a infância de Ferreirinha Antunes em Vinhais, de onde é natural. Memórias que quer perpetuar no tempo, até porque fazem parte dos costumes.
O livro é composto por oito histórias, começando por “Santa Eufémia” e terminando com “O bondoso padre Custódio de Jesus”. Pelo meio, encontram-se “O Trovoadas”, “A Casa d’Além” e “O sequestro”, entre outras narrativas curtas.
Segundo explicou o autor transmontano, trata-se de uma compilação de histórias que lhe foram contadas e às quais juntou alguns “ingredientes”, tornando-as mais cativantes.
«Está aqui muito daquilo que me contaram mas num pequeno núcleo de histórias. Ficcionei um pouco para estender o conto, criei caminhos aos personagens», explicou.
«A lareira é aquele local onde nos encontrávamos à noite, era onde a oralidade acontecia e as pessoas contavam histórias umas às outras. O pote, a lareira, aquelas sopas maravilhosas que a avó fazia. Tudo isto está a desaparecer na vila com o aparecimento dos aparelhos eléxtricos e eu não queria deixar morrer tudo isto», vincou.
A própria capa da obra, uma ilustração da autoria de Adiasmachado, remete para todo este cenário, numa ilustração onde não falta uma lareira, os potes de sopa e, em seu redor, várias pessoas que conversam entre si. Em cima, os enchidos estão pendurados e, no chão, está deitado um gato.
A obra foi apresentada pelo escritor João Lobo.